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Câncer de mama: todas as pessoas com mama!

Imagem de freepik
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Câncer é uma preocupação para todas as pessoas. Os mais conhecidos estão ligados à idade: próstata, mama, intestino, útero. Não significa que não acontecem com pessoas novas. Acontece sim, mas os citados não são comuns na juventude ou início da idade adulta. Mas existem diversos outros que podem ocorrer a qualquer momento.

Nova Diretriz

A força tarefa norte-americana para medicina preventiva lançou no final de abril / 24 novas recomendações sobre câncer de mama. Elas são aplicáveis a todas as pessoas assinaladas como femininas ao nascer que tenham entre 40 e 74 anos de idade. E é clara em dizer que isso significa pessoas trans masculinas e não bináries.

Qual é a incidência de tumores entre as pessoas transvestegêneres? Incidência quer dizer “quantas pessoas são acometidas por um problema de saúde em um determinado espaço de tempo”. Esta é uma pergunta de resposta simples. Mas também é complicada.

Em um artigo anterior, comentei que as pessoas transvestegêneres não tem maiores chances de desenvolverem tumores por fazerem uso de hormônios ou cirurgias. Mas são pouco aderentes aos programas de diagnóstico precoce. E possuem um maior contato com agentes implicados no surgimento de tumores, como o tabaco e o vírus HPV.

As Pessoas Trans

Como fica o câncer da mama entre pessoas transvestegêneres?

Há muito pouco estudo na área. Mas algumas questões podem ser colocadas.

Por exemplo, pessoas cisgêneres não devem fazer reposição hormonal ovariana usando “estrógenos equinos conjugados” junto com “medroxiprogesterona”. Habitualmente profissionais habituados a lidar com pessoas trans não prescrevem para elas essas substâncias.

Antes de uma mastectomia ou implante de prótese de silicone (“mamoplastia de aumento”), é necessário que o risco de câncer de mama da pessoa a ser operada seja avaliado. Rotina para profissionais da mastologia e cirurgia plástica.

Apesar de não existirem estudos envolvendo pessoas trans, a associação mundial profissional para a saúde transgênera se posiciona. Os mesmos cuidados aplicados às pessoas cis que têm mamas devem ser aplicados às pessoas transvestegêneres. Ou seja, pessoas trans femininas também devem se preocupar com o câncer de mama. Não por serem trans. Não por fazerem uso de hormônios. Mas por terem mamas.

Ainda não há um consenso sobre como devem ser os exames para as pessoas transvestegêneres. É sensato que profissionais da área levem em conta o tempo de uso de estradiol, a idade da pessoa e quando foi iniciado o apoio hormonal.

Sem nenhuma razão para alarde, profissionais que cuidam de pessoas trans devem ter atenção com as pessoas trans masculinas. É fácil imaginar que, por terem se submetido à mastectomia masculinizante não há risco de câncer de mama. Mas não é verdade. A mastectomia, por várias razões, não é radical (como no caso de tratamento de câncer). Sempre sobra algum tecido mamário.