O presidente russo Vladimir Putin, de 68 anos, assinou em abril deste ano (2021), uma lei que possibilita sua permanência no cargo de Kremlin até 2036. Essas ocorrências advêm das mudanças realizadas no último ano pela aprovação do povo a constituição do país. Em abril de 2020 a população russa votou a favor da revisão constitucional, entretanto, mesmo que a população votasse contra ela, o documento já estaria aprovado pelo parlamento, sendo assim, a reforma aconteceria da mesma forma.
Com estas estratégias, Putin pode se tornar o líder russo com maior tempo a frente da Rússia, consequentemente, superando o período dominado pelo ditador soviético Josef Stalin. Mas para isso, o chefe de estado está realizando reformas em busca de votos conservadores, propondo uma pauta religiosa, colocando Deus dentro dos princípios tratados pelo país e restringindo, em sua concepção, o casamento como somente a união entre homem e mulher. Infelizmente, mesmo com todas as lutas, ainda vivemos uma fase em que as pessoas utilizam como plano de poder a retirada de direitos da nossa comunidade.
O líder russo chegou a declarar em fevereiro de 2020 que não desistiria de tornar o casamento homoafetivo inconstitucional. Afirmou que a “família tradicional” não seria substituída por dois pais ou duas mães. O presidente também deixou claro que enquanto ocupar o cargo não irá acontecer a reversão desta ação, sendo essa atitude justificada devido o contato que teve durante duas décadas de poder com os valores da Igreja Ortodoxa. Com essa postura, a violência contra a comunidade LGBTQIA+ só cresce no país, impedindo até mesmo o afeto em público de pessoas do mesmo sexo, sendo demonstrado como uma “proteção educativa” a sociedade no geral.
Mesmo que a descriminalização da homossexualidade tenha acontecido em 1993 na Rússia, o país se afasta cada vez mais da atualização dos seus direitos civis. Em contraponto, Vladimir Putin vai ganhando o apoio do público com essas ações, mantendo sua influência ao fim do seu atual mandato, em 2024. Precisamos acompanhar os próximos passos desta história.
Eu sou o Maurício de Britto, colunista de políticas públicas na coluna Politizah (Clique aqui)!