O Pink Money importa. A vida LGBTQ+ também. O que as empresas têm feito a respeito?

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*Por Claudiney

Em 1970, o economista Milton Friedman publicou o artigo The Social Responsability of Business is to Increase its Profits (A Responsabilidade Social das Empresas é Aumentar o Lucro) no The New York Times. No texto, ele criticava as empresas que tentavam adotar posturas éticas e desenvolver uma consciência social, dizendo que isso era uma “fachada hipócrita”, um estado de “miopia” e um “impulso suicida”.

Como o próprio título diz, ele acreditava que a responsabilidade das empresas se restringia única e exclusivamente ao lucro. Se os empresários tentassem algo a mais, estavam sendo fantoches de um discurso intelectual que visava minar a base de uma “sociedade livre”.

Pois bem. Em 2013, 43 anos depois, o presidente da Barilla, empresa líder no setor de massas, disse em entrevista que casais gays jamais apareceriam nas propagandas da marca. Imediatamente, pessoas do mundo inteiro começaram a boicotar a Barilla, e o caso repercutiu de forma avassaladora. Ao contrário do que pregava Milton Friedman, o presidente Guido Barilla e a empresa precisaram se render à “consciência social”. Guido precisou se desculpar – duas vezes. E a empresa criou um comitê de Diversidade e Inclusão, começando a trabalhar seriamente com o tema.

Com um pouco de pesquisa, é possível encontrar muitos casos semelhantes aos da Barilla. Muitas empresas, despreparadas, dão vexames homofóbicos. Os casos repercutem, e só depois de um grande prejuízo elas acordam pra realidade: o “Pink Money” importa.

No entanto, quando falamos do mercado de trabalho, o cenário está (bem) mais devagar. Poucas empresas contratam como a Ben & Jerry’s que, dentre seus colaboradores, tem 25% de LGB e 4% de trans. É fácil fazer propaganda ou se posicionar nas redes sociais. Mas quantos CEOs assumidamente homossexuais conhecemos no Brasil? Quantos diretores executivos trans temos? Onde está a comunidade LGBTs no mundo do trabalho?

Para falar sobre tudo isso, Arlane Gonçalves que é especialista em diversidade e inclusão e inteligência de mercado, estará presente no circuito de palestras da Expo Pride com o tema “O Pink Money importa. A vida LGBTQ+ também. O que as empresas têm feito a respeito?”.

Arlane iniciou sua carreira trabalhando com inteligência comercial. Desde 2017 passou a atuar no campo da discussão sobre as desigualdades sociais brasileiras convocando pessoas para o debate. Hoje faz parte de uma comissão corporativa de diversidade e dá palestras e escreve sobre o tema.

Nas conversas que Arlane tem participado, coloca sempre em pauta discussões como “Por que precisamos olhar para as pessoas LGBTs e não só para o poder de consumo delas? Por que elas não estão mais presentes nas empresas? Por que devemos nos importar em incluí-las e não deixar que elas se ‘incluam naturalmente’?”.

Para ela, participar da Expo Pride, além de ser uma oportunidade única de estar na primeira feira de negócios LGBT (nestes tempos tão sombrios), é uma oportunidade de podermos conversar sobre nossos empregos e futuro no mercado. Arlane pontua: “é muito bom sermos o centro da atenção, recebermos ‘visibilidade’, termos nosso vocabulário e visual sendo requisitados. Mas queremos mais do que isso. Muito mais do que isso. O que precisa ser feito a respeito?”.

Se você se interessou, não deixe de conferir essa e outras palestras que acontecerão na 1ª Expo Pride nos dias 07 e 08 de Setembro no São Paulo Expo. A palestra de Arlane acontece no dia 07 de setembro às 14h no auditório do evento. Não deixe de conferir!

SERVIÇO
1ª EXPO PRIDE
Local: São Paulo Expo
Data: Dias 07 e 08 de setembro de 2019
Horário: das 10h às 22h no sábado e das 10h às 20h no domingo.
Transporte gratuito direto do Metrô Jabaquara (Ponto das vans: Rua Jatobás, n.70)

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