SAÚDE

Doenças graves atingem igualmente homens e mulheres

Cânceres e problemas cardiovasculares atingem ambos os sexos, evidenciando a importância da conscientização e da prevenção para toda a população

Saúde médica
Saúde médica (Foto: Divulgação)

Doenças graves, como alguns tipos de câncer e problemas cardiovasculares, não fazem distinção entre gêneros, afetando homens e mulheres em proporções semelhantes. Dados recentes evidenciam a realidade no âmbito nacional.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa é que 704 mil novos casos de câncer sejam registrados, anualmente, no país, durante o triênio 2023-2025. As regiões Sul e Sudeste devem concentrar, aproximadamente, 70% dos registros. 

O câncer de pele não melanoma é apontado como o tipo com maior incidência, responsável por 220 mil novos casos por ano. Em seguida, estão o câncer de mama, com 73.610 diagnósticos; o câncer de próstata (71.730); o colorretal (45.630); o câncer de pulmão (32.560); e o de estômago (21.480).

As estimativas do Inca revelam uma proximidade significativa na incidência dos tipos mais comuns da doença entre homens e mulheres. Frequentemente associado às mulheres, o câncer de mama tem registros similares aos de próstata, que impacta a saúde da população masculina.

Além disso, cânceres como os de pulmão, colorretal e estômago atingem ambos os sexos em proporções similares, desafiando ideias preconcebidas de que determinadas patologias são exclusivas de apenas um gênero. A proximidade evidencia a importância de campanhas de prevenção e de estratégias de conscientização para toda a população.

Câncer de pulmão é o mais letal do mundo

O câncer de pulmão é apontado como o mais letal no mundo, atingindo ambos os sexos sem distinção, conforme informações divulgadas pela Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE). A realidade acende o alerta sobre a necessidade de conscientização sobre fatores de risco, prevenção e a importância do diagnóstico precoce.

Segundo a SES-PE, mesmo que os casos da doença tenham diminuído desde a metade de 1980, por conta das mudanças de hábitos, como a redução do tabagismo, o câncer de pulmão ainda é o que mais mata no mundo, sendo o tipo da doença mais comum entre os homens e o terceiro entre as mulheres. 

No Brasil, de acordo com o Inca, o câncer de pulmão é o terceiro mais frequente em homens e o quarto em mulheres. Entre a população masculina, a estimativa é de 18.020 novos casos por ano, e para a feminina é de 14.540 diagnósticos.

O tabagismo está entre as principais causas do câncer de pulmão, sendo responsável por até 90% dos quadros, conforme a SES-PE. Dessa forma, a orientação para homens e mulheres com mais de 50 anos que fumam ou fumaram, pelo menos, 20 maços de cigarro por ano, mesmo que tenham parado nos últimos 15 anos, é a realização de uma tomografia computadorizada de tórax. O rastreio anual da doença é indicado, pois há o risco elevado de desenvolverem o câncer de pulmão.

Cuidados com a saúde para a prevenção de doenças cardiovasculares

Pesquisa da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, publicada na revista The Lancet, mostrou que as mulheres sofrem com doenças cardíacas tanto quanto os homens. Os dados contrariam a estatística de longos anos que indicava a população masculina como muito mais propensa a desenvolver problemas cardiovasculares. 

O estudo mostrou que a proporção de mulheres com doenças cardíacas é de cinco a cada mil. Já entre os homens é de oito em cada mil. A diferença já foi bem maior em décadas passadas.

Como avalia a especialista em cardiologia do Hospital Felício Rocho, Eliana Lopes, em entrevista, o nivelamento entre ambos os sexos para doenças do coração não quer dizer que os homens aderiram aos hábitos mais saudáveis e se aproximaram do contexto feminino, mas sim que as mulheres estão cuidando menos da saúde, o que é preocupante.

A médica enfatiza que a população feminina também tem se alimentando de forma menos saudável e consumido bebidas alcoólicas e cigarro com mais frequência. Nesse sentido, o cenário alerta claramente que todos devem se cuidar mais.

Como forma de prevenção, o Ministério da Saúde orienta a adoção de uma rotina saudável com alimentação balanceada, prática de exercícios físicos e acompanhamento médico regular, especialmente, para aqueles que apresentam histórico desse tipo de problema na família.

Outros cuidados específicos incluem diminuir a quantidade de sal nas refeições, evitar alimentos embutidos ou condimentados, pois contêm mais sódio, e ter atenção aos níveis de colesterol.