Novo avanço contra o HIV: injeção a cada 2 meses entra em análise no Brasil
A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) encaminhou à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) um parecer técnico recomendando a inclusão do medicamento como opção de profilaxia pré-exposição (PrEP) contra o HIV.
Aplicado por injeção intramuscular a cada dois meses, o medicamento, já disponível na rede privada, tem se mostrado mais eficaz em termos de adesão do que a PrEP oral diária, oferecida pelo SUS desde 2017.
“O uso contínuo de comprimidos pode ser um desafio para muitas pessoas, e a adesão é decisiva para o sucesso de qualquer medida preventiva”, ressaltou o documento em questão.
Estudos de implementação, como o ImPrEP CAB Brasil, conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com o Ministério da Saúde, confirmam esse potencial. O dossiê enviado à Conitec contou com a assinatura conjunta da SBI e da GSK, farmacêutica responsável pelo cabotegravir, cujo nome comercial é Apretude.
No entanto, o cabotegravir ainda enfrenta o obstáculo do preço, significativamente mais alto que o da PrEP oral. Embora o processo esteja em fase inicial e sem prazo definido para decisão, a SBI acredita que a incorporação do cabotegravir manteria o protagonismo do Brasil no enfrentamento ao HIV.