Existem centenas de milhares de fetiches no universo sexual. Na comunidade LGBTQIAPN+, e em particular entre homens gays, os interesses ganham novas camadas ao transformarem o prazer em liberdade e afirmação.

Entre os fetiches mais comentados está a prática de cheirar cuecas usadas. O hábito, comum entre homens, é frequentemente associado a fatores sensoriais, como cheiro, proximidade e intimidade, mas também ao erotismo ligado ao corpo masculino e seus marcadores de masculinidade.

Especialistas explicam que o cheiro é um dos estímulos mais potentes na construção do desejo humano, sendo capaz de ativar memórias, criar vínculos e intensificar fantasias. No campo científico, porém, uma pesquisa feita em Campinas, São Paulo, com roupas íntimas encontrou 10 mil bactérias e fungos nas peças usadas, após várias lavagens, e contaminação também nas novas, recém-compradas.

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O estudo, realizado na Faculdade Devry Metrocamp, em 2017, analisou cerca de 52 peças, sendo 27 novas, com contaminação em 85% por bactérias resistentes, e outras 25 usadas, com risco de doenças em 92% delas. Mulheres e homens entre 20 e 55 anos participaram do estudo.

A falta de higienização correta foi o ponto alta, visto que entre as calcinhas e cuecas usadas foi encontrado o maior número de micro-organismos responsáveis por causar corrimento, dor, febre, alergia, ardência, irritação na pele, infecções de urina graves, anais e penianas, além de inflamações: cerca de até 10 mil. Elas representam risco ainda maior para quem possui hemorroidas e fístulas anais, em mulheres e homens.

Nas peças novas também se aplica o alerta para quem se indispõe em lavá-las antes de usar, e também para quem as experimenta antes de comprar. A pesquisadora encontrou nas amostras de calcinhas, sutiãs e cuecas até 250 bactérias resistentes.