PREVENÇÃO

Usuários da PrEP no Brasil dobram em dois anos e chega a 100 mil no SUS

A Profilaxia Pré-Exposição começou a ser distribuído em 2018

Número de usuários da Prep dobra em quase dois anos - Divulgação
Número de usuários da Prep dobra em quase dois anos - Divulgação

O Brasil chegou a marca de 100 mil usuários da PrEP (Profilaxia Pré-Exposição), cadastradas no Sistema Único de Saúde (SUS), para receber o tratamento do medicamento que previnem a infecção pelo vírus HIV, mostram dados do painel do Ministério da Saúde.

De acordo com as informações do jornal Folha de S. Paulo, esse número é um aumento considerável em relação a 2018, quando o remédio começou a ser distribuído, cerca de 6 mil pessoas iniciaram o uso da medicação.

Desde 2022, quando havia 50,7 mil cadastrados, houve um aumento significativo nos dois anos seguintes, alcançando 77,4 mil em 2023, e ultrapassando a marca dos 100 mil em 2024. No total, desde 2018, 208.204 pessoas começaram a usar a PrEP, mas nem todas continuaram o tratamento ao longo dos últimos seis anos.

Segundo o painel, 81,2% dos usuários da PrEP são homens que fazem sexo com outros homens (HSH). Além disso, o grupo etário mais representativo entre os usuários é o de 30 a 39 anos, correspondendo a 41,4% do total.

Esses remédios são importantes no combate ao virus, além de outros métodos de prevenção já existentes, como por exemplo o uso de preservativos nas relações sexuais. A PrEP, consiste na tomada de um comprimido por dia para que, caso o indivíduo seja exposto ao HIV, em uma relação sexual desprotegida, por exemplo, são recomendadas pelas diretrizes de saúde e têm se mostrado eficazes na redução de novos casos de infecção vírus.

O acesso à PrEP é garantido para pessoas a partir de 15 anos. O tratamento deve ser iniciado até 42 horas após essa exposição e dura 28 dias. Quando administrada corretamente, a eficácia chega a 99%. O comprimido combina dois medicamentos antivirais chamados tenofovir e entricitabina. Como o uso é contínuo, as substâncias permanecem em circulação na corrente sanguínea e, quando o organismo entra em contato com o vírus, elas atuam rapidamente antes que o HIV provoque a contaminação.

No Brasil, em 2017, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde, a Conitec, aprovou a inclusão da PrEP na rede pública. A partir de 2018, os comprimidos passaram a estar disponíveis. Hoje, 92% dos usuários da profilaxia no Brasil são pelo SUS.

Além do medicamento, o serviço inclui acompanhamento médico e exames de rotina para monitorar possíveis efeitos colaterais. Nos locais onde a PrEP é mais acessível, ela já tem sido associada a uma melhora nos indicadores de HIV. Mas a oferta ainda é desigual: nas regiões Norte e Nordeste, por exemplo, a cobertura é muito baixa.

O melhor exemplo é São Paulo, que responde por um a cada quatro usuários da Profilaxia Pré-Exposição no país, 25.864 adeptos, onde a estrégia é associada a uma queda de 48,1% no número de novos casos de HIV nos últimos cinco anos.

Hoje, a profilaxia é indicada para qualquer pessoa “em situação de vulnerabilidade” para o HIV, cenários que podem incluir relações sexuais deprotegidas de forma recorrente; uso repetido da profilaxia pós-exposição; histórico de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e contextos de relações sexuais em troca de dinheiro ou drogas.

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