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A antiguidade das pessoas transgêneras

hino a uma deusa suméria, em 2300 ac, traz indícios da existência de pessoas trans naquela civilização. Este fato aponta que o discurso de que pessoas transgêneras são invenção do século XX não é apoiada pela história da humanidade.

Publicado em 07/03/2022

Na postagem anterior, comentei sobre mentiras e mitos, a diferença entre eles e como, frequentemente, um alimenta o outro. Uma das justificativas para excluir a atenção para as pessoas trans é afirmar que elas somente existem a partir do século XX; apenas uma “invenção moderna”. Não deixa de haver uma verdade nesta afirmação, mas não é o dito a verdade, é outra informação.

Palavras são desenvolvidas ao londo do tempo, conforme a necessidade. Cada língua tem seu jeito próprio de se adaptar às novidades. Disco voador não existia antes do século XX, simplesmente porque não fazia sentido – discos não voam. Nem mesmo a nomenclatura supostamente oficial, objeto voador não identificado (OVNI), era conhecida.

A palavra transgênero é recente, assim como homossexualidade. Assim como disco voador… A diferença é que os últimos têm existência controversa, mas a palavra está em circulação assim mesmo. Pessoas transgêneras existem, não há controvérsia. Mas o termo foi cunhado no início do século passado para descrever pessoas onde o gênero designado ao nascimento não era reconhecido por elas enquanto cresciam. Até então, outras palavras que pouco descreviam a situação eram usadas. E como transgeneridade existe em praticamente todas as culturas, todas elas usam algum termo para se referir a ela.

Mas a questão em foco é a antiguidade, não a ubiquidade. No ano de 2.300 ac os adoradores da deusa Inanna escreveram o seguinte hino de louvor a ela:

Correr, fugir,

acalmar-se e pacificar

são seus, Inana.

Caminhar, correr,

levantar-se, cair

e …… um companheiro

são seus, Inana.

Abrir estradas e caminhos,

um lugar de paz para a jornada,

um companheiro para os fracos,

são seus, Inana.

Preservar estradas e caminhos,

esmagar a terra e torná-la firme

são seus, Inana.

Destruir, edificar,

arrancar e plantar

são seus, Inana.

Transformar homem em mulher

mulher em homem

são seus, Inana.

Desejo e excitação,

bens e propriedades são seus, Inana.

Lucro e proveito,

grande riqueza e maior riqueza ainda

são seus, Inana.

Enriquecer e ser bem sucedido,

empobrecer e falir

são suas, Inana.

escolha, oferta,

inspeção e aprovação

são suas, Inana.

Dar virilidade, dignidade,

anjos da guarda, divindades protetoras

centros de culto

são seus, Inana.

Há mais de 4000 anos pessoas acreditavam que era possível modificar o gênero das pessoas. Não é coerente imaginar que, no hino que cita eventos ligados ao cotidiano, tenha sido enxertada uma frase sem nenhum lastro na realidade ou no imaginário. Qualquer uma dessas possibilidades obriga a reconhecer a antiguidade do fenômeno.

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