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Quantas pessoas trans você conhece?

Pesquisa brasileira mostra que há 4 milhões de pessoas transgêneras no Brasil

Publicado em 05/03/2022

Há vários mitos envolvendo as pessoas transvestegêneres. E vou separar mitos e mentiras. Mentira é uma afirmativa que não condiz com a realidade. Mito é uma narrativa para justificar uma atitude, um conceito, uma história. Nada impede que o mito nasça de uma mentira; às vezes, uma mentira bem grosseira. E um alimenta o outro, em um mecanismo que na endocrinologia é conhecido como retroalimentação.

Recurso comum entre as pessoas não amigáveis (na menos pior das hipóteses) ao segmento LGBTQIA+, e talvez favorito entre as declaradamente fóbicas, é que esta parcela da população é muito pequena para ser importante. Este raciocínio é usado para negar direitos civis e planejamento de saúde específicos. O que é uma população pequena? A estimativa de diabéticos no Brasil é de 8,2% em 2020, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes. Hoje, o Brasil tem, segundo o IBGE, 214 milhões de pessoas. Ou seja, 17 milhões de pessoas diabéticas maiores que 20 anos.

Não é fácil contar quantas pessoas LGBTQIA+ existem. Afinal, em uma sociedade que, na média, despreza este segmento, afirmar-se pertencer a ele é expor-se às mais diversas manifestações de preconceito. Do síndico do prédio (curioso, sempre se fala no masculino…) ao departamento de pessoal da empresa onde se busca emprego, da família nuclear aos outros relacionamentos sociais. E, até o presente, o IBGE não fez a pergunta.

As alternativas são aplicar estudos feitos com uma base de dados que nem sempre representam a população brasileira, ou realizados fora do Brasil. No meu livro discuto esta questão de forma mais detalhada. Se o percentual fosse o encontrado por um pesquisador em 1968, hoje pessoas trans seriam 837. Se fosse o encontrado em estudo sueco de 1972 a 1996, 7116; um outro sueco, de 1960 a 2010, seriam 33.488; um belga, de 2015, 3.976.700.

Uma pesquisa brasileira encontrou 2% da população como transvestegênere. Esta mesma pesquisa sugere que as 4.280.000 que foram identificadas como trans estão distribuídas homogeneamente em todo o território brasileiro. Ou seja, não há concentração de pessoas trans em nenhuma parte do Brasil.

A título de comparação, estima-se que Alzheimer atinja 1.000.000 de pessoas; Parkinson, 200.000; artrite reumatoide, 984.000.

Algumas questões têm que ser pontuadas: você, pessoa trans, não está sozinha. A cada 50 pessoas que você encontrar, 1 será trans. Se o Estado se preocupa com problemas de saúde que afetam menos que 1 milhão de pessoas, porque vai fechar os olhos para uma situação que coloca em risco (assunto para outra postagem…) 4 milhões?

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@eduardoribeiromundim

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