O clima de medo a que muitos membros da comunidade LGBT estão submetidos tem um nome: Jair Bolsonaro. Se eleito, essa população teme que seus discursos homofóbicos validem a violência contra lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros. E o temor não é para pouco!
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Mesmo dentro das corporações da Polícia de São Paulo que, em tese deveria defender a população, o sentimento é de regozijo com uma virtual vitória do postulante do PSL para que eles possam “bater em viado e maconheiro da USP”.
A declaração foi feita pelo investigador da Polícia Civil de São Paulo, Alexandre Felix Campos, que atua no cargo há 23 anos.
“Não escuto os policias dizerem ‘poxa, agora vamos poder buscar o traficante x’, ‘vamos combater o narcotráfico’, ‘os grandes estelionatários’. Não, o policial só fala que não vê a hora de poder descer a mão no maconheiro da USP e no viado. É isso que, infelizmente, acontece”, afirmou Campos em entrevista ao site da revista Carta Capital.
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“Vivemos um momento que, para mi, tem sido extremamente complicado, porque todo dia escuto alguma coisa do tipo ‘quando Bolsonaro ganhar a gente vai descer a borracha nesses viados’ ou ‘agora quero ver maconheiro da USP folgar com a gente’”, continuou.
O investigador cita ainda um exemplo de homofobia que teria ocorrido no último dia 24 de outubro, quando ele estava de “plantão na zona leste de São Paulo e chegou um casal de gays, com maquiagem no rosto. Foram lá porque sofreram golpe de um banco, pegaram o cartão de um deles e praticaram fraudes”.
“Foram só fazer boletim de ocorrência. Eles chegaram, se apresentaram e a primeira coisa que o colega policial disse foi: ‘quando o mito ganhar essa putaria vai acabar’. Não há nenhum tipo de justificativa plausível para esse ódio. Até porque os garotos foram extremamente educados, em momento algum fizeram qualquer tipo de agressão a nós. Quando buscam a polícia, as pessoas buscam o Estado. E com atitudes como essa a gente só reforça a ausência do Estado”, declarou o investigador.
Para Campos, a eleição de Jair Bolsonaro pode fazer com que aumente os casos de violência contra a comunidade LGBT.
“As pessoas já estão espancando gays, lésbicas, trans nas ruas e gritando que o fazem em nome de um candidato à Presidência da República. E os policiais batem palmas, do tipo ‘ah, legal, agora vocês vão se foder mesmo’. Então, infelizmente, esse é o clima que vejo. E deve haver um endurecimento nos próximos dias. Não é algo que nem para o próximo ano”, ressaltou o policial, que integra o grupo de Policiais Antifascismo.