O ministro da Cultura Sérgio Sá Leitão sugeriu que exposições de arte passem a ter classificação indicativa, assim como filmes e programas de televisão. De acordo com ele, a medida evitaria polêmicas como a que aconteceu recentemente com a mostra Queermuseu, em Porto Alegre, fechada após protestos de grupos conservadores.
Dentre os argumentos dos críticos, estava o da presença de crianças, que através de excursões de escola, tiveram acesso a obras, por exemplo, de cunho sexual.
A declaração foi dada ao site Broadcast, durante a sua passagem pelo Congresso da Abratel. Leitão afirmou que exposições de arte não podem ser censuradas, mas a adequação de conteúdos a faixas etárias, é de suma importância para proteger a infância e a juventude.
O ministro ainda disse que comparecerá a pedido do senador Magno Malta (PR-ES), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para analisar a Queermuseu, que recebeu financiamento da Lei Rouanet. A data da sessão, entretanto, não foi marcada.
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“Preciso saber o que eles querem. Eu me coloquei à disposição do senador para esclarecer o que for necessário e obviamente compartilhar a visão do ministério da Cultura sobre o episódio.”, disse o político.
Leitão também lembrou que a classificação indicativa em produções culturais está prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e ajudaria a evitar transtornos como o causado na exposição em Porto Alegre. “Em primeiro lugar, a liberdade de expressão e criação de artistas deve ser respeitada em qualquer hipótese.”, ponderou.
“O que me parece é que, de fato, há algumas obras com imagens que podem ser consideradas fortes para crianças, imagens que eu não sei se gostaria que meus filhos vissem”, avaliou o ministro.