Termo conhecido e criado por Freud, o Complexo de Édipo é bastante vasto. Passa pela tragédia grega Édipo Rei, pelas premissas e contribuições de Freud, Lacan e, claro, ganhou várias nuances com as mudanças sociais e novos contextos. Desse modo, a ausência de uma mãe, por exemplo, implicaria uma falta inconsciente?
Segundo o psicanalista Christian Dunker, há uma identificação desde o início da vida. Ainda, segundo o especialista, quando falamos de pai e mãe dentro da psicanálise, não delineamos personagens sociais, mas sim função paterna e materna sob o olhar da criança. É como se a mãe representasse o acalento, colo, e o pai trouxesse o voo.
Para ilustrar seu exemplo, Christian ressalta que essa função paterna, por exemplo, não precisa ser necessariamente ocupada por um homem. É como se o pai já estivesse imerso na mãe, justamente pela forma em que ela se apresenta. Dentro de uma relação homoafetiva é possível inserir essas funções – presença, ausência, acalanto, limitações, dar sentido às angústias, erotização do corpo, etc.
“Todo complexo de édipo é bissexual, porque todos nós somo bissexuais neste contexto”. Isto é, existe uma identificação com o pai, mas também com a mãe. Dunker ressalta ainda que o masculino e feminino vai operar para cada membro da família a partir de como isso foi subjetivado no sujeito.
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