Tudo o que compõe o universo dos fetiches suscita um interesse natural. Talvez pelo mistério ou por desejos quase inacessos que envolvem o mais profundo do ser humano. Muitas obras tratam especificamente desses assuntos, mas é preciso ter bastante maturidade para lê-las e ter discernimento, porque elas costumam demarcar lados obscuros do sujeito, então você encontra muita coisa que deixa, por exemplo, fetiches por menstruação no chinelo. Em resumo, o termo fétiche vem do francês que, por sua vez, é oriundo do português “feitiço”. Já a parafilia, sendo denominado por muitos estudiosos como “universo parafílico” que, a grosso modo, é um termo empregado para designar transtornos da sexualidade, anteriormente referidos como “perversões”.
Apesar da comunidade LGBT ser estigmatizada nesse sentido, os fetiches considerados mais perversos costumam ser majoritariamente buscados por homens héteros, por isso o mercado pornô é praticamente todo direcionado para eles. De acordo com um dossiê secreto feito por espiões durante a II Guerra Mundial, Hitler era um “coprofilíaco” – alguém que gosta de fezes na relação sexual. Ainda de acordo com relatos, ele gostava que uma mulher defecasse em pé, enquanto ele estava deitado embaixo dela.
A psicanálise estuda os fetiches há muito tempo, o assunto, inclusive, ganhou várias nuances. Há diferenciações entre os termos – Fetichista e fetichismo, de modo que o segundo seria uma espécie de dependência. Explico: Uma coisa é você ser atraído por pés e gostar de beijá-los, outra bem diferente é o sujeito não conseguir sentir tesão sem fazer isso, por isso a dependência.
O Auto-Erotismo Fatal
A hipoxifilia é uma prática auto-erótica utilizada há vários séculos, e que pode conduzir à morte acidental. Em busca de aumento das sensações de prazer sexual, a asfixia é produzida por enforcamento, outros métodos mecânicos ou químicos, diz a explanação do psicólogo Oswaldo Martins Rodrigues Jr.
De forma mais popular, sinaliza a asfixia erótica, ou asfixiofilia, como um jogo sexual que consiste no bloqueio da passagem do oxigênio ao cérebro, por laço, fio, saco plástico, máscara ou produtos químicos (que produzem diminuição temporária da oxigenação cerebral por vasodilatação periférica), ou compressão do tórax, a fim de potencializar o prazer sexual.
Comumente, o detentor do fetiche busca uma sensação de submissão e masoquista. Ao ser ‘enforcado’, ele fica totalmente dependente e literalmente nas mãos de seu parceiro. Isto é, há uma linha tênue entre o prazer e a morte.
Segundo profissionais, um terapeuta sexual ao se deparar com um praticante dessa ação, deve trabalhar a consciência e os limites do sujeito nesse sentido, deixando sempre expresso que a prática é potencialmente arriscada e perigosa.
Em suma, sujeitos acreditam que fazer sexo enquanto sofrem asfixia pode causar maior prazer no momento do orgasmo, porém, alguns estudos demostram que objetivamente isso não faz sentido. O êxtase estaria mais no psíquico. Ou seja, não seria a asfixia em si que suscitaria o prazer, mas a situação de submissão em que o fetichista está submetido que intensificaria este prazer.