O filme que retrata a história de um casal gay “I Am Samuel” foi proibido no Quênia com a afirmação do governo de que o longa é uma “afronta à cultura e a identidade”. Lançado no ano de 2020, a produção trata-se de um documentário dirigido pelo roteirista Peter Murimi, que foi exibido no Festival de Atlanta nos Estados Unidos.
Durante sua exibição em Atlanta, o filme atingiu aprovação de 90% na média computada pelo portal Rotten Tomatoes, e foi aplaudido pela imprensa americana. Apesar da ótima avaliação que teve em solo americano, o KFCB (Conselho de Classificação de Filmes do Quênia) não partilhou da mesma opinião e afirmou que o documentário busca propagar “valores que estão em dissonância com nossa constituição, valores culturais e normas”.
“Pior ainda, a produção está rebaixando o cristianismo, já que dois gays no filme pretendem conduzir um casamento religioso invocando o nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” disse Christopher Wambua, chefe do KFCB. “I Am Samuel” é o segundo filme a ser banido no país, a primeira produção proibida no Quênia foi o filme “Rafiki” lançado no ano de 2018, que conta a história de um romance vivido entre duas mulheres.
“Rafiki” foi o primeiro filme queniano a ser exibido durante o Festival de Cannes. Na época em que foi banido, o Conselho de Classificação de Filmes do Quênia pediu que a diretora Wanuri Kahiu, alterasse o final do longa, pois retratava um cenário esperançoso e positivo. O Quênia está na lista de países que ainda possuem uma política rigorosa, com leis que criminalizam a homossexualidade.