Em entrevista ao Observatório G, Drew Persí, de 35 anos, contou sobre a sua vida e como usou os acontecimentos difíceis como força motriz para incentivar outras pessoas que precisam, muitas vezes, de um estímulo para o fortalecimento. Ele vive com HIV e tem um canal no Youtube no qual discorre sobre o tema.
Me chamo Drew Persí, tenho 35 anos, sou de Minas Gerais, Santa Rita do Sapucaí, mas moro em Juiz De Fora atualmente! Desde muito cedo, sempre fui apaixonado pela arte, me lembro de na escolinha já me destacava entre os alunos, sempre com os melhores trabalhinhos! Tive uma infância, que apesar de feliz na rua, com os amigos, em casa a história era diferente! Um pai alcoólatra, que batia na minha mãe, na nossa frente, na frente de duas crianças, eu e minha irmã.
Mas algo dentro de mim ganhava forças pra continuar, pra ser melhor, pra nunca me tornar aquele tipo de homem. Aos 15 anos, saí de casa! Não conseguia mais viver aquilo, e minha mãe escolheu ele. Hoje talvez eu entenda ela, acho que era muito amor que existia, mesmo sendo uma relação abusiva.
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Quando saí de casa, me apaixonei por um cara, fomos morar juntos e vivemos juntos por 5 anos. Me fez aprender muita coisa. Aos 15 também foi quando comecei a fazer teatro, e nunca mais parei. Muita coisa aconteceu depois, mudei pra São Paulo, passei muito perrengue, fome mesmo, de entrar em um mercado, abrir um pacote de bolacha, comer e sair sem pagar, para não desmaiar na rua e conseguir dar aula. Muitos espetáculos, muito stand up, testes e tudo mais.
Em 2013, minha vida deu uma reviravolta, quando recebi o diagnóstico de Soropositivo. Meu mundo caiu. Pra mim era o fim. Mas, após viver o luto, eu ESCOLHI VIVER! E foi a melhor escolha! Em Janeiro de 2019, resolvi dar voz a algo que gritava aqui dentro de mim, e resolvi tornar público a minha sorologia, por meio do meu canal no YouTube. E me tornei uma ferramenta de informação, de incentivo, de acolhimento pra muita gente que vem me procurar em busca de ajuda, você não faz ideia do que isso tem sido pra mim.
Em 2020, ano passado, publiquei meu primeiro livro chamado VIDAS, no qual conto minha história, e também criei um grupo de acolhimento no Telegram, chamado ESCOLHA VIVER.
