Em um ato de apoio à comunidade LGBTQIA+, o papa, Francisco, para a freira norte-americana Jeaninne Gramick, uma carta escrita à mão. O documento foi enviado pelos 50 anos de apostolado da religiosa, que é conhecida por seu trabalho auxiliando os menos favorecidos.
Apesar de a carta ter sido enviada no dia 10 de dezembro de 2021, a informação a respeito do envio só foi revelada durante o último sábado (08), através da revista dos jesuítas dos Estados Unidos, a América. De acordo com as informações da revista, Francisco parabenizou Gramick “pelos 50 anos de proximidade, de compaixão e de ternura” em um ministério que descreve como “no estilo de Deus”.
“Você não teve medo da ‘proximidade’ e aproximando-se você o fez sentindo a dor, sem condenar ninguém, mas com a ternura de uma irmã ou de uma mãe. Obrigado, irmã Jeannine”, disse o papa através do documento. Ao lado do padre Robert Nugent, Jeaninne fundou o Ministério das Novas Vias do Apostolado, e acolhe católicos que fazem parte da comunidade LGBTQIA+.
Os religiosos precisaram enfrentar ainda um grande julgamento e pressão das autoridades eclesiásticas locais, devido ao fato de oferecerem projetos que ensinam católicos na ciência, na sociologia e na teologia a respeito da homossexualidade. Bispos norte-americanos chegaram a pedir e pressionar que a freira fosse removida de suas funções, no entanto, as autoridades da igreja local se negaram e a mantiveram em seu trabalho.
Logo após a Congregação para a Doutrina da Fé, abriu uma investigação que durou 11 anos, e que terminou com uma notificação de que afirmava que as ações de Gramick e Nugent a respeito da homossexualidade “não representavam com precisão o mal intrínseco dos atos homossexuais e a desordem objetiva de inclinação homossexual”. Em seguida os religiosos foram banidos de qualquer atividade pastoral relacionada à comunidade LGBT.