Nos anos de 1980 e 1990, a cena GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes), termo ainda pouco politizado utilizado à época, se concentrava em uma região específica no centro de Salvador: a Rua Carlos Gomes – a CG -, como era conhecida pela comunidade LGBT+.
Muitos bares e casas noturnas contribuíram com a história do local, entre eles: o Bar Charles Chaplin, Beco da Baiúca, Adê Alô, Boate Is’Kiss, Âncora do Marujo, Artes & Manhas, Boate BRW, Boate Caverna, Bar Cabaré 54, Bar Caras e Bocas, Freedom Music & Bar, Bar Champagne (Bar da Ray) e Bar Pérola Negra.
Porém, apenas o Bar Âncora do Marujo sobrevive ainda hoje, no auge dos seus 22 anos de história. E esse sentimento é objeto sobre o qual o documentário pretende retratar como forma de homenagear um local icônico para a história do movimento LGBT+ na Bahia. O documentário será idealizado pelo maquiador e drag, Galdino Neto, com consultoria e pesquisa do ativista Genilson Coutinho, promete reunir notáveis histórias da região.
“A vida e a magia dos anos 1980 e 1990 não voltarão, mas não podemos deixar que a nossa história seja esquecida, pois a vida cultural da população LGBTQIA+ também movimentava a economia desta via. A prova de que nós mantínhamos a chama de estabelecimentos não gays é o fato de eles terem sumido junto com a nossa história. Muitos desses estabelecimentos sobreviviam com o pink money”, explica Dino Neto.
Com duração de 1 hora, o documentário será exibido no dia 3 de março no perfil do Instagram e no YouTube do site Dois Terços.
Entre os nomes que foram entrevistados para o projeto estão: André Luiz Silva (Bagageryer Spilberg), Dion Santiago, Fabiane Galvão, Sérgio Augusto Duarte Tavares (Lion Schneider), Valécio Santos (Valerie O’rarah), Antônio Fernando (Âncora do Marujo), Livia Ferreira (UNALGBT da Bahia), Antônio Jorge (Boate Is’Kiss) e Genilson Coutinho.