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LGBT da Ucrânia temem consequências da invasão russa; gays seriam os principais alvos

 A ativista pelos direitos LGBT+ ucraniana Olena Shevchenko diz que a população está horrorizada e receosa

"Lei Anti-Propaganda" em vigor na Rússia. (Foto: Unsplash)
"Lei Anti-Propaganda" em vigor na Rússia. (Foto: Unsplash)

Entre sanções econômicas e políticas, a guerra entre Rússia e Ucrânia paralisou o mundo. O conflito bélico possui uma raiz profunda, que alude à relação entre os povos, que sofreu ruptura a partir de 1991. Rússia, Belarus e Ucrânia assinaram acordo, o Protocolo de Alma-Ata, que decretou o fim da União Soviética e a fundação desses estados.

O entrave entre as duas se agravou quando a Ucrânia voltou a especular uma entrada na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Neste ano de 2022, a usina nuclear de Chernobyl, localizada na Ucrânia, foi tomada por militares russos na tarde desta quinta-feira (24) de fevereiro. Além disso, outros líderes globais reagiram ao ataque. Países como Belarus, aliado antigo da Rússia e ex-república soviética, Irã e Nicarágua explicitaram favorabilidade a invasão. Em contrapartida, Estados Unidos, Reino Unido, países da União Europeia, Japão, Nova Zelândia, Taiwan e Austrália se manifestaram contra.

“Kiev ( Capital da Ucrânia) continua a aumentar sua presença militar na linha de contato, enquanto recebe apoio abrangente, incluindo apoio militar, dos Estados Unidos e de outros estados ocidentais. O regime de Kiev está focado em resolver o conflito pela força”, diz o apelo, segundo Peskov.

Em relação às pessoas LGBT, a ativista pelos direitos LGBT+ ucraniana Olena Shevchenko diz que a população está horrorizada e receosa.

Não será possível (para pessoas LGBT) ficar, especialmente se for uma ocupação longa“, diz Shevchenko.

“Muitas pessoas LGBT+ estão tentando deixar Kiev agora para cá ou para Odessa (no sul) e outras regiões“, diz Levchuk, cofundador da organização de direitos LGBT+ Fulcrum.

A Ucrânia legalizou o sexo gay em 1991, mas ainda há fortes represálias de setores ultraconservadores do país.

Em 2020, como uma forma de mostrar descontentamento com a LGBTfobia que assola a Ucrânia, uma bandeira com as cores do arco-íris foi colocada em um prédio de 140 metros – o Gulliver Mall, um centro comercial e de entretenimento de 35 andares na capital do país.

Volodymyr Zelensky é o atual presidente da Ucrânia, eleito em 2019. Ucrânia adotou as Leis Marciais em 24 de fevereiro de 2022, após a invasão da Rússia.

Uma carta-denúncia enviada pelos Estados Unidos à chilena Michelle Bachelet, Alta Comissária das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, informou que a Rússia catalogou os seus principais alvos para serem mortos ou detidos, Gays estariam na lista. Posteriormente, Kremlin negou que gays e minorias compuseram a lista de alvos prioritários, conforme a Veja.

A carta teria asseverado como alvo – pessoas “que se opõem às ações russas”, bem como “populações vulneráveis, como minorias religiosas e étnicas e ativistas pelos direitos gays.

Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, disse: “Esta é uma falsidade absoluta. Isso é mentira. Eu sei que isso é totalmente inventado.“

Relação entre pessoas do mesmo sexo

Na Rússia, a homossexualidade foi considerada um crime até 1993 e uma doença mental até 1999. Desse modo, embora haja comunidades homossexuais ativas nas principais cidades do país, a atmosfera é mais tensa desde que a Rússia adotou, em 2013, uma lei que proíbe a “propaganda” gay para menores.

Em 2020, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, apresentou uma emenda à Constituição que proíbe o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Em 2021, o mandatário assinou uma lei que possibilita a sua permanência no cargo de Kremlin até 2036. 

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