Arte, cultura, entretenimento e ainda um tempero soteropolitano. Tudo isso poderia ser abordado de uma forma solar e descontraída se não estivéssemos falando da cena LGBT+ de Salvador.
A websérie documental Queerbrada, lançada no último domingo (20), vem para mostrar que, nesse caso, os termos invisibilidade e marginalização também fazem parte do dia a dia de profissionais das artes.
O idealizador e diretor do documentário, Matheus dos Anjos, explica que os episódios funcionam de forma independente, mas possuem um elo: o espaço urbano de Salvador, é ele que costura um personagem ao outro. Quem assistir ao documentário vai passear por “quebradas” já conhecidas por muitos soteropolitanos: Pelourinho, avenida Carlos Gomes, os bairros de Periperi e Fazenda Grande do Retiro, além de espaços que fazem parte da agenda cultural LGBT+ de Salvador, como o Bar Âncora do Marujo.
“A intenção de usar a cidade como um elo foi também mostrar esse outro lado soteropolitano, que foge da cultura dominante, que acolhe nossa comunidade e de onde sai muito material de entretenimento de qualidade. Mas, além disso, esse aspecto geográfico mostra também que o processo de invisibilização da cena acaba literalmente arrastando esses artistas para os locais mais escuros e com menos policiamento da cidade”, conta.
Além de Matheus, a websérie conta com direção de Eduardo Tosta, um dos cineastas responsáveis pelo primeiro curta-metragem de animação baiana que teve participação no Festival de Cannes, no ano passado.
1º Episódio: https://www.youtube.com/watch?v=bnJxu0onrBQ