O corpo da menina de 12 anos, estuprada e morta por garimpeiros na aldeia Arakaçá, foi cremado, segundo a tradição dos Yanomami. A comunidade Aracaçá, na terra indígena Yanomami em Roraima, foi incendiada após denúncias.
A cantora Anitta trouxe à tona o tema polêmico no Twitter. “Uma menina de 12 anos foi estuprada por garimpeiros e faleceu. Após a denúncia feita pelos Yanomami, a aldeia foi incendiada e o povo desapareceu“, escreveu a musa.
A postagem conflagrou alguns assuntos complexos envoltos neste tema – “Que tal falarmos também das meninas indígenas forçados a se prostituir? A maldade está no ser humano e temos que combatê-la. Atualmente quem mais luta pelos indígenas é a @DamaresAlves se você se importa verdadeiramente dará as mãos a ela nessa causa” disse uma internauta.
“Fiquei satisfeita quando vi esse post por ser a Anitta, dando a visibilidade dela pra uma causa urgente e invisível“, falou outra.
Violência
A violência perpetrada contra mulheres e crianças yanomanis no norte do país alude à casos pesquisados pela antropóloga Rita Segato, como o Massacre do Paralelo 11. Rita cunhou o nome de femi-genocídio para tratar de violências específicas como estupro e escravidão sexual, por exemplo, que podem acometer qualquer pessoa, mas servem como forma de controle do sexo feminino desde tempos imemoriais.
O Massacre do Paralelo 11 ocorrido em 1960, quando morreram cerca de 3.500 Cinta Larga, envenenados por arsênico chocou o país. Uma mulher indígena foi pendurada e cortada ao meio com um facão. Os pistoleiros, liderados por Chico Luiz, a mando do seringalista Antônio Mascarenhas de Junqueira, invadiram a reserva indígena. A ação foi praticada por pistoleiros enviados por empresários, mas também teve êxito por conta da omissão de órgãos que tinham a atribuição de proteger esses povos.
As informações minuciosas acerca deste massacre constam do Relatório Figueiredo, documento de mais de 7 mil páginas fundamentadas.