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Após defender Anitta, psicólogo é vítima de homofobia: "Só para piorar, você é da turma do arco-íris"

Após as ofensas, Rafael procurou uma delegacia da Polícia Civil

Psicólogo Rafael Alves Santos — Foto: Arquivo pessoal/Rafael Alves Santos
Psicólogo Rafael Alves Santos — Foto: Arquivo pessoal/Rafael Alves Santos

Rafael Alves Santos, psicólogo de 33 anos, denunciou que foi vítima de ataques homofóbicos e de discriminação racial após defender a cantora Anitta nas redes sociais.

“se eu puxar sua ficha, encontraremos quantos BO’s?” e “espero ansiosamente que um dia procure a cura” – disse o agressor, ao fazer referência ao fato de ele ser gay. A Polícia Civil investiga o caso.

Eu estou devastado. Eu comentei defendendo a Anitta e ele começou a fazer ataques racistas. Depois, ele foi no meu perfil, viu minha foto com o meu namorado e começou a fazer comentários homofóbicos em uma foto minha”, contou o psicólogo ao G1.

Tudo começou por meio de uma postagem nas redes sociais. O rapaz, identificado como advogado, teceu críticas ao fato de a cantora ministrar aulas em uma universidade. “Agora qualquer porcaria pode dar aula?”, indagou o acusado, que teve a devolução de Rafael, que saiu em defesa da funkeira.

Você vai se surpreender com a inteligência dela, formada em administração, poliglota, bilionária e conseguiu tudo isso gerenciando sua própria carreira e tendo só 29 anos. Acho que não é qualquer porcaria”, disse ele, antes de receber as ofensas discriminatórias.

Se eu puxar sua ficha, encontraremos quantos BO’s? Ou é procurado pela Justiça? Bom, na dúvida, salvei algumas fotos suas. Se não me engano, já vi um criminoso na TV, parecia muito com você. Sempre é bom ter cuidado com pessoas como você”, falou o homem.

Pronto, o que não poderia piorar, conseguiu ser pior. É da turma do [símbolo de arco-iris]. Espero ansiosamente que um dia procure a cura, o mundo torce por isso. Desejamos o melhor para vocês se livrarem desse fardo que carregam“, prosseguiu.

Justiça

“O inquérito será instaurado e iremos apurar a denúncia”, disse o delegado à reportagem do G1.

A homofobia não sobrevém estritamente na agressão física, verbal e explícita, ela também compõe uma estrutura sistêmica que dita relacionamentos superiores e inferiores. Tudo o que foge da norma, comumente ditada por questões religiosas, é visto como inferior.

Lei 7.716/2018 (crime de racismo). “Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Pena: reclusão de um a três anos e multa”. (lei 7.716/89 – Lei de Racismo). No Brasil, ainda não existe uma lei tipificada contra a Homofobia, por isso, a base que criminaliza atos homofóbicos é a mesma que criminaliza o racismo.

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