Alla Nazimova (Yalta, Ucrânia, 03 de junho (ou 22 de maio] de 1879_ Los Angeles, Califórnia, EUA, 13 de julho de 1945) foi contratada pelo produtor americano Henry Miller e fez sua estreia na Broadway, em Nova York, em 1906. Com uma família nuclear conturbada – pai alcóolatra e violento – a atriz, no período de seu desenvolvimento e maturação, migrou de lares e lares, sendo eles casas e instituições.
Em 1906, tornou-se afamada e, os holofotes voltados para ela, estavam só começando a vir à luz. Em 1916 Alla chegava às telas numa adaptação de War Brides, de Herbert Brenon.
A Camille de A Dama das Camélias (1921), adaptação da obra de Alexandre Dumas, logrou-se como um de seus trabalhos mais populares. Outra obra que é impossível deixar à margem da lista é Salomé, inspirada no trabalho do escritor gay Oscar Wilde. Aliás, para homenageá-lo, todo mundo que compôs o filme era homossexual ou bissexual.
Assim como muitas atrizes e atores do núcleo do zimbório de HOLLYWOOD, Alla, bissexual, teve diversas amantes e paixões do mesmo sexo. Dentre elas, a escritora Mercedes de Acosta, poeta e novelista, de origem cubana e espanhol, vide pai e mãe respectivamente, conhecida, também, por nutrir muitos casos lésbicos.
E não para por aí…
Durante a chamada “Idade do Ouro de Hollywood“, nas décadas de 1920 e 1950, o “The Sewing Circle” (Círculo da Costura) era o nome de um clube privado de mulheres lésbicas (homo) e bissexuais.
Lá as mulheres podiam expressar os seus desejos, muitos inconfessos perante o social, de forma autêntica e sem represálias. Mas nem tudo são flores, alguns entraves se desencadearam, pelo menos estes são relatos de frequentadores do local. Famosas como Marlene Dietrich, Greta Garbo, Tallulah Bankhead, Joan Crawford, Myrna Loy e Agnes Moorehead marcaram presença neste lugar misterioso e excêntrico criado por Alla.
Aliás, foi exatamente essa atmosfera moderna e revolucionária de “não faça guerra, faça amor” que inspirou a criação das Melindrosas, não o quarteto musical brasileiro da Gretchen, Sula Miranda, Yara e Paula, mas moças que, na década de 1920, usavam saias “curtas”, cabelos na altura das orelhas, ouviam e dançavam provocativamente. Eram malvistas pela cúpula conservadora, que viam as mulheres como ameaça iminente.
Mas é claro que neste ápice de liberdade a violência sexual não ficaria de fora. O corpo feminino, que era destinado ao reduto – casa e procriação -, passou a ser tratado como mercadoria pela indústria. Marilyn Monroe sofreu abuso sexual nas mãos de poderosos de Hollywood.
Patricia Douglas foi a primeira atriz a denunciar um estupro em Hollywood (em 1937). Segundo conta o podcast Hollywood, a jovem foi atacada durante uma festa do estúdio MGM por David Ross.
Patricia relatou no documentário que tentou denunciar o estupro na mídia, mas todas as suas tentativas eram abafadas pelo poder onipresente da MGM. No doc, disse – “Ele arruinou minha vida”. “Tirou toda a minha confiança. Nunca me apaixonei. Nunca tive um orgasmo. Fui uma zumbi ambulante que deslizou pela vida”.