“Algumas mulheres conheceram o céu, outras o inferno; umas foram enaltecidas, santificadas, outras demonizadas; mas todas tocaram as profundezas do próprio ser, chegaram ao limite de sua condição e de seu tempo e se eternizaram na história”, diz o trecho do livro Mulheres, Mitos e Deusas, escrito em 1966 por Martha Robles que menciona a trajetória de grandes mulheres, muitas, inclusive, vistas como malditas por serem sexualmente livres.
A vida sexual e a sexualidade feminina foram marcadas por repressões de várias naturezas. Freud tinha uma opinião sobre isso, parecer este que foi ferozmente criticado por feministas. O livro A Vida Sexual, do neurologista português Egas Moniz, intentava divulgar instruções médicas sobre o corpo sexuado e as diferenças cabais entre os sexos, nos fins do século XIX e início do século XX. O autor, que foi também o inventor da lobotomia anos mais tarde e até ganhou um Nobel pelo ‘feito’, tentou provar basicamente que “o homem é essencialmente sexual, ao passo que a mulher é essencialmente mãe”.
A palavra sexologia apareceu pela primeira vez na língua inglesa em 1867 e depois na língua francesa em 1911. Os sexólogos fizeram de Freud, justamente pela tônica que a sua psicanálise dava ao sexual, um dos fundadores da sexologia.
Quanto ao sexo lésbico nem se fala. A dificuldade contumaz de entender que duas mulheres podem fazer sexo sem a presença de um pênis é algo que sempre assolou as relações lésbicas, cuja homossexualidade tem uma carga política e histórica que passou pela negação e patologização.
Mas a presença das relações entre pessoas do mesmo sexo na TV e cinema ajudam a naturalizar o tema.
A exibição do remake da novela ‘Pantanal‘, na TV Globo, trama escrita por Benedito Ruy Barbosa e adaptada por seu neto, Bruno Luperi, segue dando o que falar.
Confira algumas atrizes da novela que tiveram cenas lésbicas em outras tramas.
A cena gravada entre as personagens Sereia (Isis Valverde) e sua empresária e amante Mara (Camila Morgado) não foram para o ar na microssérie da Globo “O Canto da Sereia” pois teriam sido censuradas.
Os relacionamentos abertos e o amor livre são os temas trazidos pela diretora Fernanda Teixeira em O Que Resta, com Bruna Linzmeyer.
Dira Paes vivenciou cenas extremamente quentes na trama As Five, com Manoela Aliperti.