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8M Dia da Mulher: A história da mulher e o sexo

O prazer também pode ser sentido através do estímulo nas zonas erógenas

Lésbicas
Lésbicas (Foto: reprodução)

Muita gente alude o 8 de março à morte de 130 operárias carbonizadas em um incêndio em uma fábrica têxtil de Nova York em 1911. Mas na verdade, no final do século XIX na Revolução Industrial, as mulheres já trabalhavam e crianças também, já que o trabalho infantil era autorizado e, nessa direção, muitas mulheres já se organizavam em torno de condições dignas de trabalho. Há também quem remeta o dia à Dinamarca, em um evento que reuniu socialistas mulheres de várias partes do mundo, em 1910.

E a conexão da mulher com o orgasmo?

O prazer também pode ser sentido através do estímulo nas zonas erógenas. Ao associar o prazer unicamente à penetração, perde-se a chance de conhecer, estimular e satisfazer o próprio corpo — e também o do parceiro. Se tocar e entender os pontos e formas que proporcionam a excitação é importantíssimo”, explica Viviane Monteiro, ginecologista especializada em medicina fetal e gestação de alto risco, parto humanizado e saúde da mulher.

Ainda existem muitos mitos relacionados ao prazer e eles acabam sendo repetidos em função do que é visto e muitas vezes aprendido através da pornografia e construído em uma sociedade machista. O clitóris, órgão fundamental para o prazer feminino, pode acabar sendo coadjuvante. Desta maneira, cria-se a cultura de que o sexo se resume apenas a penetração, ocasionando o que as pesquisas vêm mostrando: muitas mulheres nunca sentiram um orgasmo”. A médica Viviane Monteiro completa afirmando que segundo pesquisas, apenas 30% das mulheres sentem orgasmos durante a penetração. “Porém, o número sobe para 72% quando se masturbam”.

A ginecologista também conta que, além da pornografia, a história construiu a narrativa de que o clitóris não merecia atenção. O médico Andreas Vesalius, no século XVI, afirmou que mulheres saudáveis não possuíam o órgão. Já em 1486, o guia “Malleus Maleficarum” dizia que quem possuía clitóris deveria ser “caçada”, pois era considerada uma bruxa. E tem mais: pacientes diagnosticadas com “histeria” em 1800 tinham seus clitóris removidos. Freud, em 1905, acreditava que o prazer clitoriano era obtido através de uma sexualidade imatura.

A ignorância a respeito do prazer, do autoconhecimento e do funcionamento da anatomia do clitóris se espalhou pelo tempo. Felizmente, e através de informações recebidas atualmente, o sexo vem se desconstruindo e os homens estão mais dispostos a entenderem o que dá prazer para as suas companheiras. Porém, ainda vivemos em uma sociedade patriarcal”, afirma a ginecologista.

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