A drag queen Lia Clark, de 31 anos, uma das pioneiras da arte drag no funk, realizou um show no The Town no início deste mês e falou sobre os desafios de sua carreira na música. Em entrevista ao site Universa, do UOL, a artista relembrou o início de sua trajetória dentro da área musical e destacou a sua liberdade pessoal após se descobrir como uma estrela do drag.
“Comecei a fazer funk em 2016, sem pretensão nenhuma, para me divertir porque sempre me identifiquei e escutei funk. Minha drag sempre foi baseada em mulheres do funk. E eu, a princípio, fui abraçada pelo meio LGBT e até hoje é majoritariamente essa galera que me consome, que vai aos meus shows e que curte meu trabalho”, contou a cantora.
Lia Clark também falou sobre a sua luta para conseguir o seu espaço dentro do funk e que ainda é vista com preconceito dentro do meio. “Eu consegui algum respeito no meio do funk, sim, principalmente no meio das mulheres, como Pocah, Valesca e Tati Quebra Barraco. Mas realmente é um meio muito machista e ainda tem uma distância da galera cisnormativa aceitar que uma drag está fazendo funk. Mas é o preconceito do dia a dia”, refletiu a estrela.
Ainda no bate-papo, Lia Clark relembrou a sua inspiração no início da carreira dentro da arte drag e confessou que se sentiu mais livre após a sua primeira montação no palco.
“Sempre ficava chocada com as transformações quando via o Trio Milano, que é um trio de drags de São Paulo. Também queria ver como ficaria. A partir do momento que me montei, me senti livre, poderosa e era algo que naturalmente não me sentia sendo gay, preto e afeminado. A gente sempre é muito invisibilizado, não só dentro da sigla, mas fora também”, acrescentou Lia Clark.