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Natal e Ano Novo e pessoas LGBT que não são aceitas na família

A família é o primeiro núcleo de sociabilidade e costuma ser a elementar lente de referência

Bandeira LGBT
Bandeira LGBT

Em primeiro lugar, quando falamos de aceitação social falamos do outro, o que o outro pensa, acha, sente, ao passo que a autoaceitação é sobre nós mesmos. Qual o mais importante? Evidentemente que o interno deve se sobressair. Os estoicos já diziam que o que o outro pensa não é encargo seu, mas sim responsabilidade dele. É no fortalecimento interior que o sujeito conquista a sua autoestima, aliás, percalços sempre vão se instalar no transcorrer da vida. Um Ego forte, de acordo com as teorias de Sigmund Freud, é capaz de compreender as suas próprias necessidades, mover-se em direção à concretude de seus desejos, mas sem deixar de lado as leis nas quais estamos inseridos.

Mas é complexo e desafiador ter esta força toda quando uma pessoa escuta coisas absurdas de quem, na realidade, deveria amar e acolher. A família é o primeiro núcleo de sociabilidade e costuma ser a elementar lente de referência e, nesse sentido, quando ela machuca com palavras, por exemplo, essa pessoa tende a sentir que não tem mais ninguém, já que o mundo não é nada amistoso. A religião costuma ser o chamariz para esta divergência familiar.

Os filósofos antigos têm as suas premissas sobre isso. Eles falam de decisão e liberdade de escolha, de tomar, de forma imperiosa, a decisão de ser quem realmente é independentemente das circunstâncias adversas. Agir e amar livremente, como um ser responsável e pleno. Isso não é egoísmo, pois ninguém precisa e nem deve abrir mão de si para agradar familiares ou seja lá quem for. A generosidade, o equilíbrio e o amor ao próximo poderão ser exercidos em vários momentos, mas sem a negação da sexualidade e de si mesmo.

Na mitologia grega, por exemplo, existem várias histórias de deuses e personagens que foram deixados pela família e conseguiram encontrar a força em um outro alguém e atinaram o triunfo. Transpondo isso para o real, é possível transformar amigos em família. Estar perto de pessoas que edificam verdadeiramente. Encontrar um trabalho que traga e tenha um sentido maior para você. Saber a importância dos momentos de solidão e introspecção. Buscar até mesmo o transcendente, caso considere importante, mas encontrar uma espiritualidade com acolhimento e respeito. Nós entrevistamos vários psicólogos que endossaram a importância da autoestima para superação de obstáculos. Quando se tem autoestima, você sabe que é merecedor de amar, de ser amado, respeitado e exige isso. Caso não tenha este afeto e respeito na família, é preciso seguir em frente sem eles.