Casal lésbico de empresárias é vítima de homofobia por cliente, no sul do Rio

Enayle (direita) e Natalí (esquerda) estão juntas há três anos e tem brigadeiria em Resende
Enayle (direita) e Natalí (esquerda) estão juntas há três anos e tem brigadeiria em Resende (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Um caso de homofobia sofrido por um casal de lésbicas chamou a atenção e causou revolta nas redes sociais, nesta segunda-feira (11). Donas de uma loja de doces, no bairro Campos Elíseos, na cidade de Resende, no sul Rio de Janeiro, as empresárias foram vítimas de discriminação de uma cliente.

Imagens capturadas da tela do celular mostram mensagens trocadas entre Enayle Psi, de 27 anos, e a cliente que pedia para falar com o dono do estabelecimento, pois estaria constrangida de ser atendida por uma uma “moça”, escrito, assim, entre aspas.

A cliente se justificou dizendo estar envergonhada, que uma amiga da igreja havia ficado aborrecida por receber doces do local. Apesar de se dizer não preconceituosa, ela acredita que a orientação sexual das proprietárias pode atrapalhar nas vendas. “Não tenho nada contra, mas como sua empresa trabalha com os mais diversos tipos de pessoas, não acho que passe uma boa imagem uma sapatão atendendo” escreveu a mulher na mensagem.

Ela ainda hostilizou as donas da loja xingando-as, além de menosprezar o trabalho do casal. “Esperar o que de duas mulecas, que não sabem nada da vida. Continuem vendendo doce mesmo, não vão conseguir nada além disso com essa escolha que fizeram”, provocou.

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Segundo Enayle, a divulgação do caso foi para criar exemplo para outras pessoas que também sofram algum tipo de preconceito como este. “Para aqueles que assim como nós lutam pela liberdade de amar, não recuem, não se intimidem, não somos mais minoria”, escreveu.

Mesmo acostumada com o preconceito, a doceira afirma que ficou nervosa com as declarações preconceituosas. “É uma situação tão desconfortável que a vontade é fingir que não aconteceu, mas não podemos! Por isso decidimos juntas, postar [nas redes sociais]. Não imaginávamos a repercussão, e ainda estamos tentando assimilar. Recebemos tanto amor, que aquele sentimento ruim gerado pelo preconceito quase não existe mais”, afirmou ao agradecer pelas mensagens de apoio. No Facebook, o post publicado na página da doceria ultrapassou o numero de 10 mil curtidas e 5 mil compartilhamentos.

O casal registrou o Boletim de Ocorrência na delegacia. “Não queremos o mal de ninguém, o ódio se combate com amor, o preconceito com informação, divulgação, com voz. Não queremos um ódio direcionado, postamos para reforçar que o preconceito existe, e nos afeta de várias formas”, disse.

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