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Cruzando Gêneros: Wandinha e a nova era das produções Queer

A série de sucesso da Netflix dá um novo olhar para a icônica personagem Wednesday Addams

Enid Sinclair (Emma Myers) e Wandinha Addams (Jenna Ortega) - Divulgação
Enid Sinclair (Emma Myers) e Wandinha Addams (Jenna Ortega) - Divulgação

Wandinha, série de sucesso da Netflix, que dá um novo olhar para a icônica personagem Wandinha Addams, tem sido amplamente celebrada por sua abordagem inovadora e inclusiva, que cruza diversos gêneros.

Essa mistura única não só a distingue de outras produções, mas também aponta para uma nova era nas produções queer na TV e no cinema.

Nos últimos anos, a representação LGBTQIAP+ em sériados e filmes tem se expandido significativamente. Produções como Euphoria (2019), Sex Education (2019) e Pose (2018) abriram caminho para uma narrativa mais inclusiva, abordando temas de identidade, aceitação e diversidade de maneira complexa e sensível.

Wandinha se junta a esse movimento ao trazer uma protagonista que, embora não explicitamente queer, ressoa profundamente com a audiência LGBTQ+ devido à sua excentricidade, independência e desafio às normas sociais.

A Influência dos gêneros mistos

Wandinha é uma série que não se encaixa em uma única categoria. A trama mistura comédia, horror, drama e elementos sobrenaturais, criando uma narrativa rica e multifacetada.

Essa abordagem é particularmente significativa para a comunidade queer, que muitas vezes encontra conforto e identificação em histórias que desafiam convenções e exploram identidades não normativas.

O seriado dirigido por Tim Burton consegue equilibrar elementos de horror e humor de forma que atrai um público diversificado.

Essa combinação de gêneros permite que a série explore temas de aceitação e pertencimento de maneira não convencional, oferecendo representações que vão além dos estereótipos comuns.

Impacto na comunidade Queer

A série não apenas diverte, mas também oferece um espaço seguro para à comunidade LGBTQIAP+ se ver representada em personagens que desafiam normas e abraçam sua individualidade.

Como discutido em uma análise da Collider, a personagem principal, interpretada por Jenna Ortega, representa um ícone de resistência e autenticidade que ecoa profundamente na cultura queer.

Além disso, a presença de personagens diversos e a inclusão de temáticas LGBTQ+ refletem a realidade de muitos espectadores.

O Futuro das produções Queer

A aceitação crítica e popular de Wandinha sugere um futuro promissor para produções que cruzam gêneros e desafiam normas. A série exemplifica como histórias queer podem ser contadas de maneiras inovadoras, sem se limitar a um único gênero ou abordagem.

Essa flexibilidade narrativa não só enriquece a trama, mas também amplia a representação e a inclusão na mídia.

A capacidade de Wandinha de atrair um público diverso e oferecer representações autênticas é um sinal de que a indústria está se movendo em direção a uma maior diversidade e inclusão.

Isso é especialmente importante para a comunidade queer, que historicamente tem sido sub-representada e mal representada na mídia.

Polêmicas envolvendo Wandinha e Queerbaiting

O seriado foi acusado de queerbaiting por fãs, que apontam para a amizade intensa entre Wandinha Addams (Jenna Ortega) e Enid Sinclair (Emma Myers) como uma sugestão de romance lésbico que nunca se concretiza.

As acusações aumentaram após a Netflix ocultar respostas mencionando termos como “gay” e “lésbica” em suas postagens nas redes sociais.

A série mantém Enid interessada em Ajax Petropolus (Georgie Farmer) e Wandinha em Tyler Galpin (Hunter Doohan), frustrando fãs que esperavam um desenvolvimento romântico entre as duas personagens.

Mas, afinal, o que é Queerbaiting?

Queerbaiting é uma prática onde produtores de mídia insinuam relações LGBTQ+ sem a intenção de realmente desenvolvê-las, visando atrair audiência queer sem alienar telespectadores heterossexuais.

Em Wandinha, essa prática foi acusada quando a obra sugeriu uma conexão romântica entre Wandinha e Enid, mas manteve ambas personagens em relacionamentos heterossexuais, frustrando espectadores que esperavam uma representação mais explícita.

Wandinha na Netflix

Wandinha não é apenas uma reimaginação de um clássico, mas também um marco na evolução das produções queer. Ao misturar gêneros e oferecer personagens e narrativas inclusivas, a série aponta para um futuro onde a diversidade é celebrada e a complexidade das identidades queer é explorada de maneira rica e significativa.

Com a crescente aceitação e demanda por tais produções, podemos esperar ver mais histórias que desafiam as normas e celebram a diversidade, proporcionando um reflexo mais verdadeiro da sociedade contemporânea.

Vale destacar, que o início das gravações da segunda temporada de Wandinha iniciaram em maio deste ano. Os integrantes da família Addams, Gomez (Luis Guzmán), Mortícia (Catherine Zeta-Jones) e Pugsley (Isaac Ordonez), passam a integrar o elenco principal da produção e estarão no centro da trama dos novos episódios. Além disso, boa parte do elenco da primeira temporada retorna para os novos episódios.

Confira, abaixo, o anúncio de elenco: