Segundo estipulado pela agência da Aids, pouco mais de um ano após ser incluída no SUS, a oferta de uma pílula diária para prevenir o HIV tem registrado boa adesão entre gays. Contudo, enfrenta dificuldade em abarcar outros grupos considerados vulneráveis ao vírus, como exemplo, transexuais.
Dados do Ministério da Saúde, obtidos pela Folha, mostram que ainda há baixa procura da PrEP (profilaxia pré-exposição ao HIV) entre transexuais e jovens de 18 a 24 anos, grupos com maior prevalência de HIV ou que registram aumento de casos de aids nos últimos anos.
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Para o infectologista Esper Kallás, o acesso por pessoas com mais informação é natural no início da oferta de novos serviços. “O que é mais importante: PrEP para pessoa com curso superior e conhecimento das formas de transmissão ou para o adolescente negro da periferia? Claro que todo mundo precisa, mas queremos chegar principalmente no segundo grupo.”
Hoje a prevalência do HIV na população geral é de 0,4%. Entre gays e homens que fazem sexo com homens(São homens que se relacionam sexualmente com outros homens, mas não se identificam como gays) é de 10,5%. Já entre transexuais o índice é de 31,2%.
O que é a PrEP
Pílula composta pela associação entre os antirretrovirais tenofovir e entricitabina. Indicada para pessoas com maior risco de exposição ao HIV. Deve ser tomada diariamente para garantir a eficácia. Apontada em pesquisas como superior a 90%.
Para indicação são levados em conta critérios como número de parceiros sexuais. Episódios repetidos de ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) e frequência de relações desprotegidas ou uso repetido de PEP (profilaxia pós-exposição).