O Coletivo Trans Sol, em São Paulo, é um projeto encabeçado pelas amigas Priscila Nunes e Mavica Morales e tem como objetivo ajudar pessoas trans – mulheres, homens e não-binários – e travestis a gerarem renda através da costura. Para isso, são oferecidas aulas semanais desde outubro do ano passado.
A iniciativa enfrenta diretamente as estatísticas da população trans, na qual aponta que 90% das mulheres e travestis estão na prostituição, enquanto milhares de homens trans estão em sub-empregos. O coletivo funciona com a ajuda do projeto Transcidadania e da Incubadora Economia Solidária, ambos da Prefeitura de São Paulo. Atualmente, eles contam com 16 alunas, com aulas no bairro do Glicério, às quartas-feiras, das 13h às 17h.
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Os alunos passam por aulas de processo criativo, desenho e costura, lecionados pelo professor Renato Raga. Em entrevista para o jornal O Estado de São Paulo, ele contou que “tem meninas aqui que são uma verdadeira biblioteca de moda, são superinformadas. O que mais me cativa é que são interessadas, querem saber”, disse ele. As alunas deram a ideia, por exemplo, de confeccionar calcinhas especialmente para a população trans, que precisam de um design diferente e mais reforçado do que as do mercado.
O Trans Sol quase fechou no início do ano, com o corte de verbas após a mudança para a gestão Dória. Entretanto, elas conseguiram fechar um contrato com a artista Cristina Bottalo, para fabricarem roupas para bonecas. Com isso, as alunas conseguem ser pagas pela produção.
“Hoje conseguimos pagar as alunas para fazer o trabalho. E elas chegaram sem saber pregar um botão”, comemorou Priscila. Para apoiar o projeto, inclusive com doações, é só acessar a página oficial.