Muito simples de ser executada, mas ainda marcada por muitos tabus, a masturbação ou autoerotismo, é simplesmente o ato de chegar ao orgasmo tocando a próprias partes íntimas.
Desse modo, pode ser realizada com as próprias mãos ou com o uso de algum objeto. Assim, cada um usa a criatividade visando à obtenção do prazer maravilhoso que é proporcionado pelo ato.
Assim, mesmo sendo amplamente debatido, o tema masturbação ainda é cercado de muita repressão, mas, acredite, já foi pior. No século XIX e início do século XX, ela era intensamente suprimida, pois se incentivava a ideia de que levava à loucura, que suscitava o aparecimento de espinhas, pelos e por aí vai…
Porém, mesmo com a emancipação feminina e o avanço do tema nos debates, a sociedade ainda carece de uma educação sexual proficiente, inclusive nas escolas. Aliás, o sexo é tratado com boçalidade, mas precisa ser encarado de maneira escrupulosa, de modo que o assunto prevenção sempre venha à tona.
Nessa direção, já passou pela sua cabeça que masturbação em excesso pode fazer mal? Sim, eu sei que todo mundo incentiva à liberdade dos corpos, o toque, e, sim, está certo falar a respeito. Porém, o vício, como qualquer outro, pode trazer danos traumáticos ao indivíduo.
Veja o que os especialistas têm a dizer!
Especialistas
A sexóloga Tatiana Bovolini preceitua que a masturbação não é ruim, desde que não extrapole os limites do bom senso. “Masturbação não é um ato ruim quando não existem excessos. Masturbação é um exercício de autoconhecimento que a sociedade infelizmente, desde tempos atrás, condena e severamente.”
A psicóloga e sexóloga Jessyca Feitosa, também considera que qualquer excesso pode causar danos à saúde. “Qualquer coisa em excesso pode fazer mal. Nesse caso, se o estímulo for sempre o mesmo pode ser ainda mais prejudicial, pois o cérebro pode acabar “viciando”, fazendo com quê essa pessoa possa ter dificuldade de atingir orgasmo de outras formas, principalmente nas relações sexuais”.
Sobre a masturbação ser um empecilho para o prazer pleno com o parceiro as especialistas descartam essa hipótese. “A masturbação é uma prática muito positiva, que nos ajuda identificar nossas zonas erógenas e melhora nosso autoconhecimento. Dessa forma, é muito importante que o casal trabalhe essa intimidade sexual para que ambos possam se sentir à vontade para realizar a masturbação e para falar sobre isso abertamente. A masturbação não interfere negativamente no interesse por sexo, pelo contrário, se a pessoa tem um bom conhecimento do seu corpo e das formas que sente prazer será ainda mais fácil para ensinar isso para o(a) parceiro(a)”, diz Jessyca.
“Muito pelo contrário, a melhor forma de conhecer o próprio corpo e as zonas erógenas é via masturbação”, diz Tatiana.
Religião
Sobre a repressão estar correlatada com a religião e preceitos familiares, Jessyca diz que pode ser bem doloroso. “Sim, essas repressões sexuais podem ser bem prejudiciais para a saúde sexual, levando muitas pessoas a desenvolverem até mesmo bloqueios emocionais e Disfunções sexuais”.
Em relação ao vício em masturbação e como isso pode desencadear problemas, Feitosa orienta.“Deixa de ser algo natural e passa a ser um vício quando compromete as atividades diárias da pessoa, ou gera um determinado sofrimento. Existe tratamento. O ideal é que a pessoa viciada em masturbação procure ajuda de um psicólogo, em alguns casos também é necessário acompanhamento com psiquiatra.
Pelo que percebo a maior dificuldade está no fato de que muitas dessas pessoas não conseguem ultrapassar a barreira do tabu e procurar o tratamento devido. E assim acabam comprometendo suas vidas e relacionamentos”.
Tatiana também orienta sobre o tema. “Quando se trata de dependência de masturbação temos que estar atentos aos seguintes pontos: deixar que a masturbação atrapalhe suas atividades de trabalho (deixar de ir trabalhar para se masturbar), deixar de fazer atividades que antes lhe davam prazer para ficar se masturbando, literalmente perder o controle de dia e hora para ficar se masturbando”.
“Assim, a maior dificuldade no tratamento é o reconhecimento e aceitação por parte do paciente, entender que isto é uma doença e, em segundo plano, aceitar o tratamento medicamentoso”.