Contra o avanço do discurso homofóbico na internet, o ativismo LGBT tem avançado nas redes sociais e cada vez artistas e personalidades têm buscado propagar uma mensagem positiva de inclusão e os influenciadores digitais têm voltado a sua atenção para comunicar com este público.
O Brasil é cada vez mais um país de internautas. Com uma quantidade de pessoas conectadas à internet é próximo dos 78 milhões de habitantes, das quais 86% são usuárias ativas de redes sociais e com isso o público LGBT não tem passado desapercebido.
O especialista em marketing digital pós graduado em comunicação Pedro Marinho Neto revela que o público LGBT se interessa por muitos assuntos para além dos estereótipos e para gerar engajamento é preciso abrir o leque de informações:
“Conteúdos como beleza, looks, moda e músicas são sempre atrativos. É preciso entender que não é o fato de ser gay que nos torna um bicho ou uma espécie à parte (risos). Esses assuntos interessam na verdade a todos, mas em geral, gays costumam se preocupar mais com moda do que homens héteros”.
Contra o Preconceito
Segundo Pedro Marinho Neto, as redes sociais podem ser uma ferramenta para combater o preconceito: “é preciso cuidar de como está comunicação e passada. O que se defende é a igualdade, é garantir o lugar de fala do homossexual.
Já fomos muito menosprezados na mídia e retratados como caricaturas, agora com o poder das redes sociais podemos mostrar quem realmente somos e, em vez de promover uma caça às bruxas contra os héteros, como fizeram conosco tempos atrás, retribuir com tolerância, amor e respeito. A melhor forma de combater o preconceito é a mensagem do amor”.
Publicidade e Público LGBT
O especialista ressalta também que grandes marcas como o Burger King e a C&A passaram a criar campanhas publicitárias em apoio da causa LGBT e que isto acompanha uma tendência mundial: “estamos cada vez saindo do obscurantismo e vendo a luz.
A sociedade em poucos anos e graças à luta de pessoas, formadores de opinião e influenciadores que pagaram um alto preço como Cazuza, Elton John e Freddie Mercury, para que a sociedade pudesse ser menos intolerante. Acho que as pessoas estão se desconstruindo e dando mais abertura para este público por conta dos talentos extremos que se destacam mundo afora e que são assumidamente gays”.
No entanto, Pedro Marinho alerta que há muitos oportunistas querendo pegar carona no crescimento do movimento LGBT para fazer dinheiro: “tem muita gente por ai tentando se apoderar do chamado Pink money, que é o dinheiro oriundo do público LGBT.
Mas é fácil distinguir o que é legitimo do fake. Basta analisar e os valores, o que acreditam e a cultura das pessoas e empresas, seu histórico, e se tornam perceptíveis as intenções”.
O papel do influenciador digital no combate ao preconceito contra os LGBT
Pedro, que também é influenciador digital e gay, ressalta que o papel do influencer é mostrar que, independente da orientação sexual, somos todos iguais: “a cultura cresceu como se este público fosse uma aberração, como se ser gay fosse algo abominável.
Nosso papel como influenciadores é mostrar que não somos seres alienígenas nem aberrações, superando as expectativas e empoderando as pessoas rumo à desconstrução das informações improcedentes sobre os gays na sociedade”.