Ainda não há estudos que apontem um número de infectados ou de mortos pelo Covid-19 entre pessoas que vivem com HIV. Mas, apesar de especialistas apontarem que pessoas com carga viral indetectável tenham os mesmos riscos quanto ao Covid-19 de qualquer outro indivíduo não positivo, é preciso olhar com atenção às pessoas que vivem com HIV e outras comorbidades.
Segundo o infectologista Vinícius Borges, os principais fatores de risco para mortalidade de Covid-19 são idade avançada e comorbidades, incluindo doenças renais, cardiovasculares e diabetes. Portanto, recomenda-se que os médicos estejam atentos à possibilidade de apresentações atípicas (sintomas menos comuns, mais frustros) em pacientes imunocomprometidos.
O que são comorbidades
Comorbidade ocorre quando duas ou mais doenças estão etiologicamente relacionadas podendo ser diagnóstica quando as manifestações da doença associada forem similares às da doença primária.
Um número de pessoas que vivem com HIV é portador de comorbidades como a hipertensão e o diabetes, cardiopatias e doenças pulmonares crônicas. Essas pessoas estão mais vulneráveis a um desfecho negativo caso infectado pelo Covid-19.
“Teoricamente, indivíduos com CD4 menor que 350 apresentam grau de imunodepressão maior e, portanto, poderiam apresentar menos condições de superar o Covid-19. Assim como os indivíduos com CD4 acima de 500 geralmente apresentam os mesmos resultados de pessoas não infectadas, mas são suposições”, ressalta Borges.
A UNAIDS elenca que tão grave quanto a contaminação pelo Covid-19 é o estigma e as condições que populações arrasadas pelo HIV ainda vivem ao redor do mundo, por falta de saneamento básico, água potável, pouco acesso a medicamentos e exames, o que pode agravar ainda mais a pandemia do novo coronavírus entre pessoas que vivem com o HIV.
As recomendações da UNAIDS
Lavar regularmente e completamente as mãos com água e sabão, usar álcool em gel na falta da primeira opção, manter pelo menos 1 metro de distância entre você e qualquer pessoa, evitar tocar olhos, nariz e boca, ficar em casa se não se sentir bem. Em caso de febre, tosse e dificuldade em respirar, procurar atendimento médico e seguir as instruções da sua autoridade sanitária local.
Sobre a medicação antirretroviral
Muitos Estados estão com distribuição especial em seus postos de saúde para que os portadores em tratamento de HIV não fiquem sem remédios. É importante ter um estoque razoável para não sair de casa desnecessariamente, consulte o site do governo.
Para orientar as pessoas que vivem com HIV, a UNAIDS produziu uma cartilha com informações sobre HIV e covid-19 que pode ser baixada aqui. Informação e prevenção ainda são os principais aliados.