Se há uma coisa que a sociedade sempre gostou de fazer é fuxicar a vida do outro e se intrometer naquilo que não foi chamada. No tempo de Jesus não foi diferente.
Porém, Jesus deu umas boas respostas e acredito que ele faria o mesmo nos nossos dias. Vamos fazer um comparativo?
Segundo relato bíblico, uma mulher se aproxima de Jesus com um vaso de alabastro, com unguento de grande valor, derramando-o sobre a cabeça, quando ele estava à mesa na casa de um fariseu. Ao ver a cena, o fariseu começa a resmungar consigo: “se este fosse profeta, saberia quem é essa mulher que lhe tocou, pois é uma pecadora”.
Jesus, então, responde: “Simão, vês tu essa mulher? Entrei em tua casa e não me oferecestes água para os pés; mas esta regou-me os pés com lágrimas e enxugou com seus cabelos. Não me deste ósculo, mas esta, desde que cheguei não tem cessado de me beijar os pés. Por isso, te digo que os seus muitos pecados lhe são perdoados, porque muito amou”.
Agora, imagine o leitor essa mesma situação nos dias de hoje. Vou relatar:
Jesus é convidado para jantar na casa do líder de uma grande igreja. Ao sentar-se à mesa, entra uma mulher, curvando-se aos seus pés em um ato de adoração. O tal líder religioso resmunga consigo: “profeta né? Sei! Se fosse profeta mesmo, saberia que essE aí faz parte desse povo da ideologia de gênero, que nasceu homem e diz que é mulher, e ainda ganha a vida na prostituição. Nunca que aceitaria isso”.
E aí imaginem Jesus respondendo: “Ô alecrim dourado, deixa eu te falar uma coisa. Está um calor danado lá fora e você nem me ofereceu um copo com água. Me recebeu aqui na tua casa com esse ar de poderoso. Mas esta mulher, desde a hora que eu cheguei, não cansa de regar os meus pés em um ato de adoração, além de trazer o melhor azeite que ela tinha para me ungir e não cansa de beijar os meus pés como ato de amor. Não importam os pecados dela. Estão perdoados. Ela está melhor do que você, com essa pose de poderoso, que dificilmente vai entrar assim no Reino de Deus”.
Eu não sei o leitor, mas eu consigo visualizar de forma evidente Jesus tendo essa postura, porque é a atitude que condiz com o seu ministério. Jesus nunca foi omisso.
Em outra ocasião, a Bíblia diz que Jesus vê um publicano chamado Levi e diz: “segue-me”. Levi, então, resolve fazer um grande banquete em sua casa. Na ocasião havia uma multidão de publicanos. Os escribas e fariseus, fuxiqueiros que só eles, começam a reclamar, como se mandassem na agenda de Jesus: “por que comeis e bebeis com publicanos e pecadores?”.
Jesus responde: “os são não necessitam de médico”.
Ironicamente Jesus estava dizendo: “vocês estão muito bem. Só não sei se entram no Reino do meu Pai”.
Trazendo o cenário para os nossos dias, imaginem Jesus encontrando um gay, e convidando-o para segui-lo. O homem, então, resolve fazer um jantar na sua casa com um monte de outros gays. Os religiosos, de olho nos passos de Jesus, começam a reclamar: “Ow Jesus, por que é que você está comendo e bebendo esse bando de gays?”
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Daí, imaginem Jesus respondendo: “vou mandar a real. O que vocês têm a ver com isso? Eu vim para os que precisam de mim, para os mansos e humildes de coração. Um coração sincero move o coração do Pai e isso independe de orientação sexual, identidade de gênero ou expressão de gênero. Vocês não aprenderam isso ainda?”
Trazendo mais um exemplo bíblico, as Escrituras dizem que em determinado dia, os fariseus e escribas trouxeram uma mulher apanhada em adultério, questionando Jesus sobre o que deveria ser feito a ela, pois a lei de Moisés mandava apedrejar. Jesus ignora e continua escrevendo na areia. Eles insistem. Jesus então diz: “aquele de entre vós que não tem pecado, atire a primeira pedra”.
Como não havia um sem pecado, e provavelmente todo mundo se conhecia naquele meio e sabiam os podres uns dos outros, eles foram se retirando sem que ninguém lançasse pedra sobre ela. Quando todos se foram, Jesus disse: “mulher, cadê os teus acusadores?” E ela respondeu: “todos se foram”. Ele, então, disse: “nem eu tampouco te condeno. Vás e não peques mais”.
Agora, imagine nos dias de hoje, os religiosos de plantão trazendo uma mulher trans para Jesus, dizendo: “Senhor, olha essE homem se passando por mulher, violando o que Deus criou. Agora é esse negócio de transgênero, que nasceu homem, mas virou mulher. O que devemos fazer? O livro de Moisés diz que Deus criou homem e mulher. Ele está violando os mandamentos de Deus”.
E aí imagine Jesus ignorando-os e continuando a enviar mensagens no WhatsApp do seu celular. Eles insistem e Jesus então diz: “Não observastes as escrituras? Não vistes que quando Deus formou o ser humano, macho e fêmea os formou e os chamou pelo nome de Adão no dia em que foram criados? Não percebestes que Deus fez macho e fêmea? Não verificastes que mesmo cada um tendo o seu órgão genital, Deus os chamou no masculino? Não entendestes que homem e mulher são construção social e, por isso, meu Pai fez macho e fêmea, igual a todos os outros animais?”
E aí eu imagino ninguém ousando falar mais nada, e aquela mulher indo em paz ou seguindo Jesus.
Aonde eu quero chegar?
Conforme dito acima, Jesus nunca foi omisso diante do oprimido e seu opressor. O Jesus que as Escrituras nos apresentam é aquele que defende o aflito. É o Cristo que não teve problema em repreender, colocar limites e praticamente dizer “o que você tem a ver com isso?”. É o Jesus que nunca concordou com as intrigas e vãs contendas geradas pelos religiosos da época.
É o Cristo que ouviu a voz do necessitado e sempre teve uma solução para o seu problema.
Enquanto os fariseus criavam problemas, Jesus trazia a solução. Hoje não é diferente: enquanto os líderes religiosos criam os problemas, Jesus é poderoso para trazer a solução. Mas ele não deixou nenhum coração contrito sem solução.
Por que deixaria você?
Ao invés de deixar as “portas” abertas para os religiosos ficarem apontando o que eles acham que é problema, experimente fazer o que Cristo fez e passe a dizer: “Quem morreu na Cruz por mim foi Jesus. Somente a Ele eu devo satisfação da minha vida e da minha salvação. Você não tem nada a ver com isso”.
