Direito a Deus

Os últimos chamados do Reino de Deus são os LGBTQIAP+

Os últimos trabalhadores descritos na Parábola dos Trabalhadores da Vinha seriam as lésbicas, os gays e os transgêneros, outrora rejeitados pelas igrejas?

Foto: Arte Canva
Foto: Arte Canva

No ano de 2013 eu ouvi uma pastora inclusiva dizer que os LGBTIs são os últimos chamados do Reino. Lendo a bíblia, na passagem dos Trabalhadores da Vinha, passei a concordar com ela.

A parábola descrita no Evangelho Segundo Mateus 20:6-7 nos traz um ensinamento enquanto Pessoas LGBTQIAP+. O texto diz:

“E, saindo perto da hora undécima, encontrou outros que estavam ociosos, e perguntou-lhes: Por que estais ociosos todo o dia?
Disseram-lhe eles: Porque ninguém nos assalariou. Diz-lhes ele: Ide vós também para a vinha, e recebereis o que for justo.”

A contagem das horas do dia judaico, descrita nas Escrituras, é diferente da nossa nosso. O dia começava a ser contando com o nascer do dia, às 6 horas da manhã, e ia até o pôr-do-sol, às 18 horas. A parte da noite, por sua vez, era contada das 18 horas até as 6 horas da manhã do dia seguinte. Logo, a terceira hora corresponde às 9 horas da manhã, a sexta hora corresponde às 12 horas ou meio-dia, a nona hora corresponde às 15h, a hora undécima corresponde às 17h, e assim sucessivamente

Nesse relato, a bíblia fala de um senhor, pai de família, que saiu a chamar trabalhadores para a sua vinha. O relato diz que ele saiu primeiramente na madrugada, depois perto da hora terceira, perto da hora sexta e nona e, por fim, perto da hora undécima. Em todas as vezes, ele encontrou trabalhadores ociosos e os convidou para irem laborar em sua vinha. O detalhe importante está nos últimos trabalhadores chamados, pois o texto diz que eles responderam ao senhor: “ninguém nos assalariou”. Isto é, ninguém nos contratou.

Pois bem. Fazemos parte de um grupo de cristãos que ainda sofre com a rejeição no meio das igrejas tradicionais. Em muitas dessas igrejas não somos bem-vindos. Em outras, até nos é permitido congregar, desde que neguemos a nossa sexualidade, a nossa identidade, e vivamos dentro do “armário”. Inclusive, a moda atualmente é dizer que “não tem problema ser homossexual, o problema é a prática”.

Nesse contexto, muitos LGBTQIAP+ vivem inseridos em igrejas tradicionais sem poder declarar e expressar quem são, e outros vivem fora das igrejas porque cansaram de ouvir que Jesus não os aceita.

Na parábola dos trabalhadores da vinha, Jesus traz uma reflexão muito interessante. A vinha é o Reino de Deus, conforme Jesus mesmo disse. Os trabalhadores somos nós. Mas muitos de nós fomos expulsos das igrejas, excluídos do Reino pelos religiosos, ou seja, não fomos “contratados” ou “assalariados”. A igreja tradicional não nos quis.

Porém, quando os trabalhadores respondem ao senhor que “ninguém os havia assalariado”, aquele senhor não questionou a razão disso. Aliás, o Pai os tratou como trabalhadores também, e não como pessoas preguiçosas ou desinteressadas.

Ora, o Pai não questionou mais nada porque sabe tudo o que passamos nas igrejas. Deus sabe tudo o que vivemos e o porquê de termos nos afastado. Ao contrário dos religiosos, Ele nos chama de volta, pois a vinha é Dele!

O Senhor da vinha não nos rejeita. As igrejas podem até rejeitar, mas Deus não nos rejeita. O Pai nos diz: “ide também à vinha e recebereis o que é justo”.

O Senhor da vinha enviou o Seu único Filho para que morresse na cruz por nós. O preço da nossa salvação foi pago com sangue. E esse preço é valioso aos olhos de Deus e de Jesus. Não é à toa que Jesus deixou registrado “aquele que vier a mim, de modo algum o lançarei fora”.

Quando as igrejas expulsam pessoas LGBTQIAP+, elas simplesmente desvalorizam o sacrifício de Cristo, o preço de sangue pago na cruz. Afinal, não foram os líderes que derramaram sangue. A dor da crucificação não foi sentida por eles.

Aliás, é impressionante como a história se repete. O Evangelho Segundo João 16:2 nos traz um diálogo de Jesus com os seus discípulos, no qual Cristo os alertava acerca do que eles enfrentariam por parte dos religiosos da época:

“Expulsar-vos-ão das sinagogas; vem mesmo a hora em que qualquer que vos matar cuidará fazer um serviço a Deus. E isto vos farão porque não conheceram ao Pai nem a mim”.

Note o que Jesus disse: “qualquer que vos matar cuidará fazer um serviço a Deus”.

Quantas vidas espirituais de gays, lésbicas, transgênero, já foram “assassinadas” pelos religiosos, acreditando esses estarem agindo em nome de Deus? Milhares! Isso sem contar aqueles que cometeram suicídio em decorrência de acreditarem na rejeição do Senhor. Infelizmente, os fatos históricos apenas são reproduzidos.

Mas, podemos afirmar, porque assim a Bíblia nos diz, que Deus não faz acepção de pessoas. Não importa a razão de você ter sido rejeitado pelos líderes religiosos. O Senhor ama as nossas vidas e o que move o coração de Deus não é a sexualidade do homem. Deus não ouve uma oração porque quem está pedindo é heterossexual. Isso não é bíblico!!! O que move o coração de Deus é um coração contrito. A esse Deus não lança fora.

Sabe qual o erro das igrejas? É que elas tratam o Reino e a Bíblia como se fossem delas. Porém, o Reino é de Deus, e a Palavra também. E nisso, há uma Verdade Bíblica, da qual nós podemos nos valer para afirmar aos que nos questionarem qual é a razão da nossa fé:

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”

Essa verdade, apresentada no Evangelho Segundo João 3:16, nos confirma que a salvação é para “todo aquele que Nele crê”. Nisso, não há heterossexual, homossexual, transexual, intersexo, assexual, não-binário, gênero fluído, enfim. O que Deus enxerga é apenas um coração.    

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