A luta travada pelos pais e mães de crianças e adolescentes transgêneros não é fácil. Por um lado, enfrentam uma sociedade que não os entende, e por outro precisam aprender a lidar com a própria percepção em relação aos filhes, a qual precisa acompanhar a identidade que vai sendo desenvolvida.
Isso sem contar que a sociedade se volta muitas vezes contrária quando o mínimo é feito por esses mães e pais: o acolhimento e a proteção.
Além disso, os jornais têm relatado o sofrimento dessas crianças e adolescentes no ambiente escolar. Tudo isso decorrência de um só fator: transfobia.
Entre falas conservadoras sociorreligiosas, escolas que negam a matrícula de crianças e adolescentes trans, falta de preparo dos profissionais da saúde, a ciência vem proporcionando aos poucos uma esperança de mudança social, mostrando que há sim um fator cerebral responsável pela percepção da identidade de gênero.
Nessa linha, no ano de 2018 foi divulgado um estudo pela Sociedade Europeia de Endocrinologia, o qual apontou que os cérebros transgêneros desde a adolescência se parecem com os cérebros dos gêneros com os quais esses adolescentes se identificam.
O resultado do estudo mostrou que transgêneros têm atividade e estrutura cerebral durante a adolescência que mais se assemelham aos padrões de ativação típicos do gênero desejado.
As descobertas sugerem que podem ocorrer diferenças na função cerebral no início do desenvolvimento e que a imagem cerebral pode ser uma ferramenta útil para a identificação precoce de transgeneridade em jovens.
A Dra. Julie Bakker, da Universidade de Liège, na Bélgica, e seus colegas do Centro de Especialização em Disforia de Gênero do Centro Médico da Universidade VU, na Holanda, examinaram as diferenças sexuais nos padrões de ativação cerebral de jovens transgêneros.
O estudo incluiu meninos e meninas adolescentes trans e usou exames de ressonância magnética (RM) para avaliar os padrões de ativação cerebral em resposta a um feromônio conhecido por produzir atividade específica de gênero.
O padrão de ativação cerebral em meninos e meninas adolescentes transgêneros se assemelhava mais ao de meninos e meninas não transgêneros do gênero desejado.
Os pesquisadores agora vão investigar o papel dos hormônios durante a puberdade no desenvolvimento do cérebro e nas diferenças entre os gêneros.
Fato é que a ciência está aos poucos mostrando que a percepção de gênero, desenvolvida no cérebro, não possui ligação com as genitálias. O cérebro e o corpo nem sempre seguem na mesma direção. Há algo no cérebro que determina o gênero, independente da pessoa nascer com pênis ou vagina.
Como é mesmo que o Salmo 139:13-14 diz? Ah, vou transcrever:
“Pois possuíste o meu interior; entreteceste-me no ventre de minha mãe. Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem. Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe, e no teu livro todas estas coisas foram escritas, as quais iam sendo dia a dia formadas, quando nem ainda uma delas havia. E quão preciosos são para mim, ó Deus, os teus pensamentos! Quão grande é a soma deles!”.
Com efeito, os pensamentos de Deus são preciosos e a sabedoria de Deus é loucura para os homens.
A obra criadora de Deus não é limitada ao gênesis e a ciência segue demonstrando isso.
Se você é transgênero, faça as pazes com Deus! Ele te fez de forma perfeita. Não há nada de errado com tua identidade de gênero!
Fontes:
Neurosciencenews e
European Society of Endocrinology