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Direito a Deus

Os Eunucos de Nascença citados por Jesus no Evangelho Segundo Mateus 19

Alguns defendem que os eunucos de nascença são assexuais, outros defendem que são celibatário, porém a Bíblia delimita a possibilidade de interpretação

Publicado em 29/06/2022

Na passagem do Evangelho Segundo Mateus, capítulo 19, os fariseus questionam Jesus acerca do divórcio. A Bíblia descreve que, com a intenção de testá-lo, os fariseus perguntam: “É lícito ao homem repudiar [divorciar] sua mulher por qualquer motivo?

Jesus responde: “Não tendes lido que, no princípio, o Criador os fez macho e fêmea e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mais uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem.”

Com a negativa de Jesus, os discípulos indagam: “Se assim é a condição do homem em relação à mulher, não convém casar”.

Note que o assunto está visivelmente delimitado no texto: casamento e divórcio em relação o homem e a mulher.

À indagação dos discípulos, Jesus diz: “Nem todos podem receber esta palavra, mas só a quem foi concedido. Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos por causa do Reino dos céus. Quem pode receber isso, que o receba”.

Em outras palavras, Jesus estava dizendo assim: “Olha, no princípio Deus fez macho e fêmea e determinou que o homem deixaria seus pais e se uniria a mulher e seriam dois em uma só carne, de modo que a união abençoada por Deus não deve ser desfeita pelo homem por qualquer motivo. No entanto, há homens que não vão conseguir assimilar essa determinação porque eles não vão casar com mulheres, ou porque vão nascer sem desejo por elas, ou porque vão decidir não se casar para viver para o Reino ou porque vão ser castrados pelos homens e, consequentemente, perderão o desejo por mulher. Esses são os três tipos de homens isentos dessa ordenança. Se vocês não se encaixam em nenhum desses três tipos e se casarem, não poderão dar carta de divórcio por qualquer motivo”.

Uma releitura do texto fará o leitor perceber que é isso que Jesus está falando.

Os eunucos eram homens castrados (retirada do pênis e/ou testículos). A existência dos eunucos era algo comum naquela sociedade. Quando Jesus fala que alguns eunucos seriam feitos assim pelos homens é porque homens escravos ou prisioneiros de guerra eram costumeiramente castrados e colocados para trabalhar no palácio, cuidando das mulheres do rei. Óbvio, a intenção era evitar qualquer possibilidade de herdeiro bastardo.

Em sequência, Jesus também fala daqueles que não iriam querer casar optando viver para o Reino dos céus, conforme a Bíblia relata que Paulo fez.

Por fim, Jesus fala dos eunucos de nascença, também conhecidos como “eunucos do sol”, assim considerados por terem nascido assim e somente visto o sol nessa condição. Também há quem diga que eram assim chamados porque com o raiar do sol é que era vista a condição de castrado.

Dentro do contexto da conversa e diante do questionamento feito pelos discípulos é notório que os limites do diálogo envolviam a relação entre homem e mulher. O próprio texto usa as expressões “ao homem repudiar sua mulher” e “se unirá a sua mulher” e “a condição do homem relativamente à mulher”.

Logo, Jesus estava falando de homens que não iam precisar se preocupar com a ordenança do casamento porque eles simplesmente não se casariam com mulheres. Dentre esses homens, Jesus fala dos que nasceriam assim, sem o desejo por mulher.

Alguns conservadores dizem que Jesus se referia ao assexuais. Porém, isso demonstra no mínimo um desconhecimento em relação à assexualidade. Pessoas assexuais vivem relacionamentos e se casam. A única questão é que o sexo não é primordial. Mas não quer dizer que elas não se relacionam.

Além disso, dentro das pessoas assexuais existem os assexuais que se relacionam com pessoas do mesmo gênero (homossexuais), com pessoas do gênero diferente (heterossexuais), com ambos os gêneros (bissexuais), ou que se relacionam com pessoas, independente de gênero (pansexuais).

Ainda que se indague que Jesus falava de Assexuais Arromânticos (o que eu acho forçar demais), a questão é que os assexuais não são apenas heterossexuais. Os assexuais arromânticos não são sinônimos de homens que nascem sem desejo de casar com mulher.

Outro ensino, completamente deturpado, diz que os eunucos são os celibatários, categoria nitidamente citada a parte dos eunucos de nascença. Jesus fala claramente que eunucos de nascença são uma categoria e eunucos para o Reino são outra.

Clemente de Alexandria, um teólogo e escritor cristão que nasceu em Atenas por volta do século II da Era Cristã, na obra Stromata, diz que o verdadeiro eunuco não é o que não pode sentir prazer, mas o que não deseja.

Ou seja, Clemente de Alexandria está falando que o eunuco até poderia sentir prazer, mas ele não sentiria o desejo. No contexto da conversa, o desejo por mulher. Isso é interpretação de texto!!!

O professor Alexandre Feitosa cita outra fala de Clemente de Alexandria na obra Stromata: “Alguns homens desde o seu nascimento tem um senso natural de repulsa por uma mulher, e aqueles que são naturalmente assim construídos fazem bem não casar” (Bíblia de Estudo – Teologia Inclusiva comentada por Alexandre Feitosa. Oásis Editora. Brasília. 2020)

Logo, a existência desses homens sem desejo por mulher ou eunucos de nascença era de conhecimento daquela sociedade.

Na minha interpretação, Jesus estava sim falando de homens que não nasceriam com desejo por mulher, que são os hoje conhecidos como homossexuais. E note que Cristo citou esses homens de forma natural, sem qualquer condenação, como parte integrante da diversidade da criação de Deus.

Até seria possível pensar nos assexuais arromânticos se o texto não falasse de forma tão clara e evidente que o diálogo se referia ao relacionamento entre homem e mulher.

Publicarei um vídeo sobre este tema no meu canal Direito a Deus, no Youtube.

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