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Direito a Deus

Pode Ser Homem com Homem em Grego Também, diz a Septuaginta

No Século III a.C a passagem de Levítico 18:22 foi traduzida para o Grego Antigo e a palavra Toevah foi traduzida como Bdelygma, que também se refere a idolatria

Publicado em 16/05/2022

A septuaginta ou LXX é a mais antiga tradução grega existente do Antigo Testamento a partir do hebraico e aramaico. Presume-se que essa tradução foi feita para os judeus. Nesse período, a cultura grega havia se estendido pelo mundo antigo. Era o Período conhecido como Helenismo. O grego se tornava a língua mais falada no Império Greco-Romano. Muitos judeus que moravam fora de Palestina já não falavam o hebraico ou aramaico.

Para facilitar o acesso aos livros sagrados, foi realizada essa tradução, cujo nome faz referência aos setenta anciãos que, segundo a história, foram os tradutores. Essa versão se tornou a Bíblia da Igreja Primitiva. Acredita-se que os cinco primeiros livros (Pentateuco) tenha sido traduzido em meados do século III a.C e que o restante do Antigo Testamento tenha sido traduzido no século II a.C.

Nessa tradução do hebraico para o grego, a palavraToevah” (abominação descrita no livro de Levítico 18:22) foi traduzida como “Bdelygma”, cujo significado também se refere a abominação de ordem ritualística. A Bíblia Grego/Português traz o seguinte significado para bdelygma: uma coisa detestável, especialmente idolatria – abominação.

A tradução da palavra Toevah para “Bdelygma” reforça a versão de que a intenção de levítico era a condenação dos praticantes de rituais sexuais pagãos, nos cultos da fertilidade. Atos sexuais eram praticados a deuses, e isso sempre foi abominável aos olhos de Deus. Condenar a homossexualidade por meio da passagem de Levítico 18:22 é ignorar o contexto da Septuaginta.

A verdade é: por mais que os religiosos tentem centralizar a reprovação descrita em Levítico 18:22 no ato sexual homogenital em si, estamos diante de duas línguas nas quais o significado apresenta vínculo com a idolatria, de modo que a orientação sexual homossexual e o sexo entre iguais vividos em si, e não como meio para se alcançar a idolatria, nunca foram condenados por Deus.

Note, que todos os textos já abordados nessa Coluna que possuem um contexto sexual, trazem um cenário histórico-cultural demonstrando que esse sexo não era uma finalidade em si, mas tão somente um meio para se alcançar o real objetivo: idolatria ou violência sexual.

O amor e a atração vividos por pessoas do mesmo gênero, enquanto finalidade em si, nunca foram abomináveis aos olhos do Criador, que assim nos fez. O que a Bíblia define como abominação são os rituais antigos feitos pelos povos pagãos. E para entender isso é necessário ir além da letra da Bíblia.

Pode ser que a existência dos cultos da fertilidade cause estranheza ao leitor. Porém, um aspecto muito importante é que não podemos ler a Bíblia com o olhar de uma pessoa do século XXI, porque a forma de pensar das sociedades antigas era outra. Por exemplo, hoje não seria considerado comum prostitutos cultuais em templos religioso, ao menos não no Brasil, mas naquele tempo fazia parte da cultura. A Bíblia, inclusive, nos fala sobre os prostitutos cultuais em 1º Reis 15:11-12 (versão Almeida Revista e Atualizada):

Asa fez o que era reto perante o Senhor, como Davi, seu pai. Porque tirou da terra os prostitutos cultuais e removeu todos os ídolos que seus pais fizeram”.

Outras versões falam em “rapazes escandalosos”. Porém, quando analisamos o original em hebraico, a palavra é “qadesh”, a qual faz menção a “pessoa sagrada” ou “prostituto de templos”. No período dos Reis, o povo hebreu caminhava em altos e baixos com Deus. Um rei assumia e fazia o que era bom aos olhos de Deus, banindo a idolatria pagã, mas logo depois vinha outro rei fazendo o que era mau aos olhos de Deus, trazendo de volta os cultos aos deuses pagãos. Praticamente todo o Velho Testamento relata isso.

Portanto, a palavra “abominação” citada no livro de Levítico, diante das traduções em hebraico e em grego, se refere não ao amor entre dois homens ou duas mulheres, mas aos rituais religiosos dos povos pagãos, os quais muitas vezes foram praticados pelos hebreus. Condenar a homossexualidade por meio dessa passagem não possui fundamento bíblico, nem histórico, nem cultural, nem muito menos linguístico.

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