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A participação de Linn da Quebrada no BBB22 não foi marcada por grandes jogadas, nem mesmo por grandes estratégias, mas também não pode ser vista como errada. Em um elenco onde pessoas já foram protagonistas de falas homofóbicas e machistas, foi a travesti quem foi julgada por não ter fechado acordo com os favoritos do reality show.
Desde que revelou que não teve uma relação muito amigável com Arthur Aguiar enquanto gravaram a série Segunda Chamada, na Globo, a vida de Linn mudou dentro do BBB22. Os fãs do marido de Maíra Cardi trataram de focar na atriz, cantora e apresentadora como inimiga e foi ela quem pagou o pato da vez.
Tudo bem colocar em voga a atitude (burra, diga-se de passagem) de Lina ao indicar Paulo André ao paredão há duas semanas atrás, mesmo ele tendo cedido à ela a liderança, mas para que fazer posts nas redes sociais dizendo que Lina estava usando de sua representatividade trans para vencer? Para que dizer que ela levanta bandeiras para aparecer?
Claro, foram apenas estes assuntos que dominaram as redes socias e todas as conquistas dela foram apagadas, ou melhor, esquecidas. O público mostrou mais uma vez que ainda não aguenta ver um LGBTQIA+ em ascensão e que é preciso seguir a cartilha deles e abordar apenas o “necessário” para ser “aceito”.
Veja bem, não se precisa erguer bandeiras quando se vivencia no dia a dia a delícia e a dificuldade que é ser uma travesti no Brasil. Linn da Quebrada não fez um papel ou quis falar sobre algo para lhe alavancar, ela viveu como quem ela é: intensa, verdadeira, provocativa e sem pedir licença para falar a verdade.