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Armando Babaioff desabafa sobre a censura do beijo gay recentemente nas novelas: "Que avanço a gente teve?"

Ator relembrou o seu personagem Thales em Ti Ti Ti (2010)

Armando Babaioff
O ator Armando Babaioff (Reprodução: Instagram)

O ator Armando Babaioff, de 42 anos, que interpretou o casal Thales e Julinho ao lado do ator André Arteche em Ti Ti Ti (2010), relembrou o sucesso da dupla na trama da autora Maria Adelaide Amaral. Em entrevista ao canal de Vincent Villari no YouTube, o artista falou sobre a importância de mostrar um casal do mesmo sexo nas novelas brasileiras e lamentou o retrocesso adotado pelas emissoras em suas mais recentes produções.

“Foi um trabalho já pioneiro na época. A maneira como foi abordado pela imprensa também foi pioneiro. Entrei para fazer o personagem com uma responsabilidade muito grande. Aproveitei para fazer do Thales um homem gay que eu ainda não tinha visto ser representado na televisão. Eu não tive uma referência assim na minha adolescência. Todos os personagens gays eram caricatos e as figuras públicas também”, refletiu Armando Babaioff.

O artista também falou sobre a importância de ter um casal homoafetivo sendo representado nas telinhas, já que o Brasil é um dos países que mais matam pessoas LGBTs no mundo.

“Temos hoje a questão da homofobia, porque no Brasil, realmente, a gente vive num país que mais mata a comunidade LGBTQIPNA+ no mundo. Então tem esse lugar, e por isso que Ti Ti Ti foi muito importante e é importante até hoje”, analisou ele.

Ainda na entrevista, o ator lamentou que o retrocesso tenha tomado conta da direção das emissoras de televisão, depois de constantes reclamações da censura do beijo gay em Vai na Fé, novela exibida recentemente pela TV Globo.

“Ela é atual até hoje, por incrível que pareça. E achei também que é a partir de “Amor a Vida” (2013) iríamos dar passos um pouco mais rápidos. Eu achei que a partir dali a discussão fosse um pouco mais veloz. E aí, recentemente temos um megassucesso, ‘Vai na Fé’ , que aconteceu em 2023 e que, de repente, veio o ruído… uma cena que não acontece, num relacionamento homoafetivo entre duas mulheres. A gente sabe que aconteceu, mas a cena foi editada . Então que discussão essa? Que avanço é esse que a gente teve?!”, completou Armando Babaioff.