O medo da traição é muito comum, sobretudo, em pessoas mais jovens, vulneráveis e que ainda não possuem tanta maturidade emocional.
Ana Streit, psicóloga, explica que há diferentes tipos de traição. ”Além da conhecida traição sexual, existem muitas outras como: comprometimento condicional, que é “estar com a pessoa até que alguém melhor apareça”; um caso sem sexo, ou seja, estar envolvido emocionalmente com outra pessoa, e esconder essa relação do parceiro; manipulações, entre outras atitudes de egoísmo e injustiça, que denunciam a não reciprocidade na relação”, diz.
Cada tipo de traição irá machucar de formas mais ou menos intensas quem foi traído, e além disso, um aspecto que impacta também é a soma de traições. Ana explica que, ao manter um caso extra conjugal de anos, por exemplo, a pessoa precisa se envolver em uma série de mentiras para sustentar o caso e escondê-lo do parceiro.
Essa complexidade aumenta o impacto e dificulta a reconstrução da confiança. O perdão pode acontecer, mas, não quer dizer que seja sinônimo da reconstrução da relação. Pode se perdoar uma traição, mas, optar por nunca mais dar ao outro o benefício da dúvida, afinal, se mostrou alguém não digno de confiança.
Estelionato emocional – que nada mais é do que uma forma de violência psicológica, composto de manipulação, de mentiras e da construção de um mundo de ilusão.
“O impacto emocional dele é gigantesco, pois usa de aspectos saudáveis do outro, como a confiança, por exemplo, e distorce, fazendo com que a pessoa enganada fique machucada não só nesta relação, mas nas posteriores também. É o que chamamos de ferida de apego, uma ferida emocional complexa de ser tratada, mas que se relaciona diretamente à forma da pessoa se relacionar nas próximas experiências”, orienta Ana Streit, que é especialista em Terapia Cognitivo Comportamental.