Nesta terça-feira (13), a cantora norte-americana Demi Lovato, de 30 anos, abriu o jogo sobre a sua carreira musical e suas constantes mudanças em sua vida pessoal. Em entrevista à revista GQ Hype, a artista relembrou quando se assumiu não-binária – que não se reconhece nem pelo masculino e nem pelo feminino, e que foi cansativo educar as pessoas para que a entendessem.
“Eu constantemente tive que educar as pessoas e explicar por que me identificava com aqueles pronomes. Foi absolutamente exaustivo. E esse é um dos motivos que me levaram a também me sentir confortável com o pronome feminino. Eu apenas cansei. Mas por isso mesmo sei que é importante continuar a espalhar a palavra”, disse.
Demi Lovato também fez uma reflexão sobre a falta de espaços neutros para as pessoas não-binárias na sociedade.
“Eu enfrento isso todos os dias. Por exemplo, em banheiros públicos. Ter que acessar o banheiro feminino, mesmo não me identificando totalmente com ele. Eu me sentiria mais confortável em um banheiro sem gênero. Ou também acontece no preenchimento de formulários, como documentos governamentais ou qualquer outro em que você precise especificar seu sexo. Você só tem duas opções, masculino e feminino, e sinto que nada disso faz sentido para mim. Eu me vejo condicionado a escolher uma mulher porque não há mais. Acho que isso tem que mudar. Espero que com o tempo haja mais opções”, analisou.
Para finalizar a entrevista, a cantora destacou o quanto se sente privilegiada de suas canções atingirem os corações das pessoas e que sente que a sua luta foi importante para a comunidade queer em geral.
“Vai valer a pena enquanto houver pessoas que me digam que sou uma inspiração para elas ou que as ajudei a aprender mais sobre si mesmas e a se sentirem mais confortáveis em sua pele. Isso é o mais significativo para mim. Existem casais queer que ficaram noivos em meus shows e isso é muito especial”, completou Demi Lovato.