A TODXS, organização sem fins lucrativos dedicada à promoção da cidadania e do protagonismo de pessoas LGBTI+, lança nesta segunda-feira (9) o Guia TODXS Escolas, uma cartilha concebida para promover a inclusão, inserção e retenção de pessoas trans e travestis nas escolas brasileiras.
Garantir ambientes escolares seguros para pessoas trans e travestis vem se mostrando um grande desafio atualmente: 80% das pessoas trans e travestis não chegam a concluir o Ensino Fundamental, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra da População LGBTI+, também realizada pela TODXS.
Produzida de maneira colaborativa entre pessoas LGBTI+, especialistas em diversidade e inclusão e em pedagogia – justamente para abraçar perspectivas diferentes sobre o assunto -, a cartilha pretende ser uma fonte de informações rápidas e consolidadas sobre o tema. Ela traz, por exemplo, explicações das diferenças entre orientação sexual e romântica, sexo biológico e expressão de gênero, que costumam causar confusão entre pessoas menos familiarizadas com os termos.
No guia, há ainda propostas de práticas que podem ser exercidas pela gestão escolar e pelo corpo docente, que incluem o respeito ao nome social (nome pelo qual muitas pessoas trans ou travesti se identificam, independente dos documentos de registro) em chamadas e certificados, a criação de canais de denúncia contra práticas de bullying e LGBTIfobia e o incentivo a atividades que não sejam separadas por gênero.
Especialista em Diversidade e Inclusão na TODXS, Amanda de Moraes explica que o Guia TODXS Escolas é uma maneira de quebrar, por meio da informação, ciclos de violência pelos quais pessoas LGBTI+ passam. “Infelizmente, os primeiros espaços em que nos violentam são em casa ou na escola. Ainda mais nesse começo de autopercepção de sexualidade e identidade de gênero, pessoas LGBTI+, em especial a população trans, são justamente pessoas que necessitam ser cuidadas e amadas. Por isso, é imprescindível acolher e escutar, principalmente nesses ambientes de afeto e socialização”.
O documento contém ainda dicas de obras literárias e filmes que abordam questões enfrentadas pela comunidade LGBTI+ e sugestões de como estudantes cisgêneros e responsáveis por estudantes trans podem contribuir com a criação de espaços mais inclusivos.
A cartilha pode ser acessada aqui.