FAMÍLIA

Popó relembra conselho que deu para filho gay: "O fiofó é seu, dá para quem quiser"

Tetracampeão de boxe também recordou a sua criação machista e que a homossexualidade era punida com uma surra em sua época

Popó e Juan Freitas
Popó e Juan Freitas (Reprodução: Instagram)

Nesta quinta-feira (29), o pugilista Popó, de 48 anos, falou da relação com o filho gay, Juan Freitas, de 24 anos. Em entrevista ao Podcst Hello Val, de Val Marchiori, o tetracampeão de boxe relembrou o dia em que ficou sabendo da sexualidade do primogênito e a sua reação quando foi apresentado ao primeiro namorado do filho, quando ele tinha 16 anos de idade.

“Quando o meu filho, aos 16 anos, veio falar para mim que é gay. Primeiro a família falava: ‘você nunca reparou no jeito dele?’ Aí eu o chamei para conversar e falei: ‘Juan, deixa eu te perguntar uma coisa. A família está falando que você é gay, me conta isso’. Ele disse: ‘Pai, eu não sei. Sinto atração por menina e menino’. E eu falei: ‘quando você se decidir você fala comigo’. Depois de três meses, ele veio e me apresentou um namoradinho”, contou o vencedor do último Fight Music Show.

Popó também relembrou quais foram os conselhos que deu para Juan Freitas após saber da sexualidade do filho e destacou o seu apoio incondicional ao primogênito.

“Falei: ‘você tem que saber de que forma e onde você vai abordar o seu carinho, o seu mor por ele. Você tem que saber, porque nem todo mundo aderiu essa ideia. E outra: você tem um sobrenome e cuidado com as redes sociais, que pode acabar com o seu psicológico, pelo fato de você ter um pai lutador de boxe, então, você precisa ter muito cuidado. E outra coisa: agora vou te falar como homem: entre quatro paredes, bote para f#$%¨, se não você vai ser corno’. E ele perguntou: ‘mas o senhor não vi brigar comigo?’. E eu respondi: ‘Eu? o fiofó é seu, você dá para quem quiser. Seja feliz”, entregou o atleta brasileiro.

Ainda na entrevista, o pugilista refletiu sobre a sua criação machista e disse compreender a evolução do mundo e que a sua cabeça também evoluiu com a sexualidade de seu herdeiro.

“Na minha época, se tivesse um gay na família, meu pai matava ou espancava, e se tivesse um corno era motivo de gozação. Eu perguntei: meu filho sobre a opção e ele me explicou que é orientação e não opção e disse: eu gostaria de que o senhor me respeitasse. Ele tinha 16 para 17 anos. Ele me disse que se tivesse opção não seria gay: ‘Essa orientação que eu tenho de ser gay é algo que transcende qualquer tipo de comentário do senhor’. Isso é verdade. Independente de sexo”, completou Popó.