A cantora Aretuza Lovi realizou um show no Pop Gay, em Florianópolis, e reuniu mais de 40 mil pessoas. Para a artista, que foi um nome de destaque no Carnaval, se apresentar para um público tão grande é uma representatividade e conquista para a cena como um todo.
A artista ressalta que, por muito tempo, a arte drag enfrentou tentativas de repressão, mas hoje ela consegue perceber a evolução no cenário e na recepção das pessoas. “Já tivemos tentativas de leis que buscavam proibir performances drags em público, que buscavam limitar nossa arte, mas aos poucos estamos conseguindo reverter esse cenário e conquistando nosso espaço. Pra mim, subir no palco e ver que tantas pessoas estavam ali para acompanhar meu show, para ouvir minhas músicas é muito especial”, afirma.
Aretuza destaca que, embora o cenário esteja sendo transformado, o caminho ainda é longo. “Sabemos que boa parte da indústria e do público ainda demonstra resistência com a arte drag. Embora sejamos abraçadas por ouvintes da comunidade LGBTQIA+, atingir outras pessoas e furar essa bolha ainda é um desafio. Sabemos que muitos nomes da cena já sofreram boicote, não conseguiram emplacar seus singles em rádios e nem se apresentar em grandes eventos. Por isso, acredito que estar nesta posição, como uma pioneira que lutou e tem atingido tantos lugares, é uma conquista que vai muito além do pessoal”, declarou.
A cantora afirma que quando começou sua carreira, não tinha referências, assim tem como grande propósito inspirar outras pessoas. “Me sinto feliz de ver tantas drags sendo inseridas em muitos lugares. Durante minha carreira, passei pelo medo, pelas dificuldades, pelo preconceito, mas sei que as pessoas estão aprendendo a consumir. Hoje, ao se apresentar para um público de 40 mil pessoas, eu entendo o importante papel que tenho e o meu desejo é que minha trajetória possa inspirar outras artistas a acreditarem que é possível”, declarou.