Para Felipe Alves, de 27 anos, as idas ao salão sempre geraram momentos de desconforto e incômodo, até que em julho do ano de 2020, esse sentimento levou o rapaz a ter uma grande ideia. Ele e seu noivo, Diógenes Machado, também de 27 anos, decidiram criar uma barbearia totalmente voltada a comunidade LGBTQIA+.
Felipe conta que a ideia surgiu após ter parado de se montar como drag queen e decidir deixar a barbar crescer, “Quando o barbeiro percebe que você é gay, fica aquele pânico, aquela coisa paralisada, aquele medo de existir ao seu lado” diz o empreendedor.
Ele também falou a respeito do nome criativo que o negócio do casal leva, e revela que a intenção era ironizar um termo pejorativo usado para se referir a pessoas homossexuais. “Na escola, apelidos como Barbie, boneca e coisas assim sempre foram muito comuns. Por que não pegar ao que nos machucou a vida inteira e usar a nosso favor?” questionou.
Em março deste ano, o empreendimento ampliou seus ares, Felipe e Diógenes precisaram mudar para um espaço maior. “No novo ambiente, todos os lugares foram pensados para ser instagramáveis. O fluxo de clientes aumenta quando fotos feitas no local viralizam nas redes sociais” afirma Diógenes. Além de terem se mudado para um lugar mais espaçoso, o leque de serviços oferecidos na barbearia também foi ampliado e foi construído um bar no segundo andar do estabelecimento.
A história de Felipe e Diógenes faz parte do décimo terceiro episódio da série Negócios Plurais, da Folha de São Paulo, que fala a respeito de empreendedorismo e diversidade. “Aqui em Joinville a gente quer fazer a diferença abrindo uma barbearia que foge dos padrões tradicionais. É um negócio que tem um propósito de motivar e ajudar pessoas a pensarem em soluções para um público que hoje tem uma grande carência” declara Diógenes Machado.