A travesti Cintura Fina, é um dos personagens mais marcantes da história da comunidade LGBTQIA+ de Belo Horizonte. Nesta sexta-feira (17), este ícone irá receber o título de cidadã honorária da capital mineira, em condições de post mortem.
O objetivo da ação criada por Iza Lourença (PSOL-BH), é resgatar as memórias de Cintura Fina, que foi uma das percussoras, da luta da população LGBT no município. “Cintura é parte da história da cidade, do seu desenvolvimento, e como tal deve ser conhecida. Essa é uma forma de honrar sua memória e de tantas mulheres trans e travestis que resistem nesta cidade. Vamos contar a verdadeira História de BH” , declara a vereadora.
Negra, pobre e órfã, a travesti cearense iniciou sua história em Belo Horizonte aos 20 anos de idade, lugar onde passou a maior parte de sua vida. Símbolo de bravura e resistência, Cintura Fina aprendeu a se defender da perseguição e transfobia que sofria utilizando uma navalha, devido a isso, a impressa passou a chama-la de “rei da navalha”.
“Cintura foi resistência em uma sociedade conservadora, no país que mais mata pessoas trans no mundo, cuja expectativa de vida é de 35 anos”, afirma Iza. No dia 18 de fevereiro de 1995, aos 62 anos, a travesti faleceu, deixando para as gerações futuras uma representatividade de luta.