Cultura

Confira alguns nomes de artistas gays da música clássica

Estudiosos entendem que a música é uma forma de desenvolver a mente humana

(Ilustrativa)
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Na Antiguidade, a música possuía uma função catártica, uma forma proficiente de purificação e temperança do corpo e da alma. Para Platão, a música seria capaz de atingir mais profundamente a alma de um cidadão e apresentava-se como a contemplação do belo. Aristóteles entende que a música é uma imitação direta das emoções da alma.

Mas dizer que tal música é boa ou ruim está totalmente no campo subjetivo? Existem fatores objetivos e subjetivos. Por exemplo, se colocarmos duas pessoas tocando violão você certamente consegue dizer quem emite o som mais harmonioso e agradável. Isto é, fator objetivo. Se colocarmos dois instrumentistas, um crítico musical aprofundado pode dizer quem fez o melhor uso dos instrumentos e notas, por exemplo. Ou seja, fator objetivo. Mas a dimensão que se dá para isso é subjetiva. Independentemente de Mozart ter uma habilidade musical prodigiosa eu posso preferir a Luisa Sonza, simplesmente por não gostar de Mozart e curtir mais as músicas dela, porque o gosto é, de fato, um fator subjetivo.

Sem mais delongas, além dos livros, da filosofia, pintura, da criação de ideias e de pensamentos, artistas gays também concederam contribuições insubstituíveis na música. Confira alguns nomes!

Peter Pears

Foi um tenor inglês e companheiro de toda a vida do compositor Benjamin Britten, nome bem polêmico da época. Além disso, muitas das obras de Britten foram escritas tendo em mente especificamente a voz de tenor de Pears.

Francis Jean Marcel Poulenc 

Compositor que deu uma inestimável contribuição para a música francesa nas décadas posteriores à Primeira Guerra Mundial. Suas canções foram consideradas as mais bem compostas durante o século XX. Autodidata com uma pegada forte de humor, as composições misturam tragicidade com cores, composição e ritmo

Alguns estudiosos consideram que Poulenc foi o primeiro compositor abertamente gay, mesmo ele tendo relações com mulheres, inclusive sendo pai de uma menina.
Durante o final da década de 1920, Francis atuou pela primeira vez em sua homossexualidade quando conheceu o pintor Richard Chanlaire, que se tornou seu amante e teria sido seu primeiro relacionamento notório homossexual. Francis dedicou ao amado o Concert champêtre: “Mudaste a minha vida, és o sol dos meus trinta anos, uma razão para viver e trabalhar“.

Leonard Bernstein

Bernstein foi o primeiro compositor nascido nos Estados Unidos no século XX a receber reconhecimento mundial. Há relatos de que Leonard Bernstein era um homem bissexual – Segundo suas próprias afirmações, não estabelecia distinção entre formas sexuais assim como gênero musical. Mas Arthur Laurents, amigo de Bernstein e colaborador em West Side Story, dizia que ele era um gay que se casou com mulher, assim como tantos na época. “Um homem gay que se casou. Ele não teve conflitos sobre tudo isso. Ele era apenas gay”. Sua amiga, Shirley Rhoades Perle, enfatizou que “ele desejava homens sexualmente e mulheres emocionalmente”.

Tchaikovsky 

Compositor russo do período romântico, cujas obras estão entre as mais populares do repertório clássico. “No caso de Tchaikovsky, a homossexualidade dele é tão bem documentada por seus próprios escritos e pelos escritos de outros que é simplesmente ridículo sugerir outra coisa”, disse Konstantin Rotikov ao jornal britânico “The Guardian” em resposta ao ministro da Cultura na época, que tentou suprimir este fato por conta da medida de Putin, 2013, de proibir “propaganda LGBT”. “É um fato histórico. A história não muda só porque estamos tentando forçar uma certa agenda atualmente.” Cartas de amor trocadas entre o musicista e o seu primo foram encontradas e levaram à sua importância arquivística para os historiadores.  Putin admitiu em entrevista na época que Tchaikovsky pode ter sido gay.

 “Os relacionamentos mais íntimos eram com os homens e ele procurou a companhia de outros homens por longos períodos, associando-se abertamente e estabelecendo também relações profissionais com eles”, diz Modest, gay assumido e irmão do artista.

O que as pessoas fazem em seus quartos não interessa à esfera pública. Essa discussão é semelhante às discussões de caráter moral na era soviética”, afirmou o roteirista uri Arabov, que não concorda que a homossexualidade do compositor seja abordada em filme. “Ele realmente gostou de Bob, tanto que lhe dedicou sua última sinfonia, mas era uma relação platônica“, completa o roteirista.

Stephen Sondheim

A música Sooner or Later (I Always Get My Man), cantada por Madonna no filme Dick Tracy fez história. Com este trabalho, Sondheim ganhou o Oscar de melhor canção original. Reverenciado por seu talento incontestável, ganhou, em 2015, a Medalha da Liberdade, a maior condecoração civil dos Estados Unidos. O prêmio foi entregue pelo então presidente na época, Barack Obama. Sondheim era casado Jeffrey Scott Romley desde 2017.

Nelson Freire

Ele foi um garoto prodigioso que começou a tocar aos três anos de idade, reproduzindo peças que a sua irmã tocava. Ao 12 anos, foi finalista do primeiro Concurso Internacional de Piano do Rio de Janeiro. Nelson era casado com o médico Miguel Rosário.

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