Com o intento de trazer à tona questões complexas e sensíveis que acometem os bastidores da música no Brasil, o produtor e empresário Diego Timbó bateu um papo com o crítico de música Clemente Magalhães no Podcast “Corredor 5”. Na ocasião, ele foi enfático ao falar sobre situações de homofobia no segmento.
Em primeiro lugar, revelou que começou a cantar na igreja, mas precisou ser segregado, pois os líderes o categorizaram como feminino demais e alegaram que era preciso “preservar” as crianças do local. “Quanto mais você expressa a feminilidade, mais você vai ser perseguido”, comenta.
“Eu vivi uma situação há um tempo. Eu estava com a Luísa compondo, e era uma composição que só tinham homens heteros sentados compondo, eu tentei dar uma ideia, e na hora eu me lembro que uma pessoa me olhou de cara feia. E tentei por mais umas cinco vezes até entender o que estava acontecendo, era sobre não ser escutado, era sobre não ser credibilizado”, comenta Diego, que já assinou grandes hits do pop brasileiro.
“As pessoas sabem quem eu sou, conhecem meu trabalho e falam ‘vamos fazer um negócio’, mas eu sei o motivo pelo qual a gente não vai fazer o negócio, eu sei o motivo pelo qual eles não me chamam. E eu sei que gostam do meu trabalho, falam comigo sobre. É porque faço ‘Música Gay’, ‘Dragmusic’ ou qualquer nome bizarro que dão pra isso”, desabafa o empresário, que atualmente gerencia a carreira de Cléo e Fiuk.