Morreu nesta segunda-feira (23), em São Paulo, a drag queen Kaká di Polly, ícone da noite e do ativismo LGBT+. A notícia da morte foi compartilhada nas redes sociais por pessoas próximas à artista e confirmada pelo Guia Gay São Paulo e pelo produtor Roberto Mafra.
“Um novo ciclo está começando em sua vida, Kaká Alberto Polycarpo, que os anjos a recebam com muito amor. Comunico a todos, todas e todes a partida de Kaká”, escreveu.
“Kaká estava internada há alguns dias devido à queda em uma escada e foi dentro da máquina de ressonância que teve a parada cardíaca!”
A drag queen Kaká di Polly, um dos grandes ícones da militância LGBT+ de São Paulo, basicamente deu à luz primeira Parada LGBT+ do país. A artista, que iniciou sua carreira intercalando o trabalho de psicologia com shows deslumbrantes como drag, figurou como representação prevalecente na Parada SP na primeira edição, em 1997, simplesmente por ajudar o movimento acontecer.
Ao perceber que os policiais estavam bloqueando a Parada, especialmente pela aglomeração intensa de pessoas, Kaká fingiu desmaio com o intento de paralisar o trânsito e ajudar a parada fluir.
“Eles tinham fechado pra gente só uma via da avenida. Nós tínhamos que caminhar por aquela faixa e não interromper o trânsito. A polícia chegou e achou que ia ser bagunça, não sei o que, e falaram que ia ficar parado, como uma manifestação. O Beto chorando, em lágrimas e eu falei ‘pera um pouco, mona, eu vou fazer um negócio’. A hora que eu fizer, você coloca esse caminhão na rua e sai andando com esse povo atrás. Eu fui lá na frente, onde começava a rua, eu estava com uma bandeira oficial do Brasil e a polícia olhando pra mim, aí eu fui ficando nervosa e pus a mão no peito e fingi que eu caí, me joguei no chão”, disse em entrevista à Vice.